Trinta e quatro anos depois de ter levado, em sentido figurado, uns tiros pelas costas (os verdadeiros andaram perto, mas falharam o alvo), e depois de mais algumas tentativas espaçadas no tempo, eis que o Ruben “Set” dá sinal de vida através do meu amigo Eugénio Costa Almeida (ver «Homenagem a um angolano-português do Huambo»).
Perante o texto referido, que transcreve uma mensagem que identifiquei com relativa facilidade como sendo do Ruben “Set”, reagi de forma mais ou menos emotiva e virulenta, certamente correspondendo ao que o Ruben estaria à espera.
Embora sejam poucos os que, de cá de lá, compreendem que a força da razão vale mais, muito mais, do que a razão da força, expliquei que me tenho limitado a fazer o que de mais elementar é exigido a um jornalista: dar voz a quem não tem voz, procurando ser fiel ao que penso ser a verdade.
Além disso, enquanto houver um angolano com fome (e nesta altura são perto de 70%) o meu trabalho está incompleto. E um trabalho incompleto não merece qualquer tipo de homenagem.
Alguém disse que quem estiver sempre a falar do passado deve perder um olho. Acrescentou, contudo, que quem esquecer o passado deve perder os dois.
De facto, o “Set” conhece bem os meus defeitos de fabrico. Sabe que a minha coluna vertebral não é amovível (embora tenha sofrido alguns sérios danos por obra e graça dos seus amigos).
Ao também saber que penso pela minha própria cabeça, o “Set” sabe, mas sabe mesmo, que mais do que as marcas físicas, ainda hoje me dói a alma e o coração que foram atingidos por uma das mais mortíferas armas usadas em Angola: a traição.
De qualquer maneira, como muito bem tem dito a este propósito (e não só a este) o Eugénio, é altura de os angolanos valorizarem o que os une e que é algo incomensuravelmente maior do que aquilo que os separa.
E já que o assunto veio à ribalta pública via Pululu, é também publicamente (embora via Alto Hama) que daqui envio um forte abraço ao Ruben “Set”, esperando um dia destes poder fazê-lo ao vivo, olhos nos olhos, coração no coração, em qualquer daqueles recantos da nossa querida cidade (Huambo) onde, afinal, tudo começou.
E já que o assunto veio à ribalta pública via Pululu, é também publicamente (embora via Alto Hama) que daqui envio um forte abraço ao Ruben “Set”, esperando um dia destes poder fazê-lo ao vivo, olhos nos olhos, coração no coração, em qualquer daqueles recantos da nossa querida cidade (Huambo) onde, afinal, tudo começou.
1 comentário:
A AMIZADE não é palavra vã! Disse-o e reafirmo-o como se pode ver neste teu apontamento; pode ter altos e baixos mas vigora sempre!
Kandandu
Eugénio Almeida
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