“Bater forte e feio é o lema de um Jornalista que foi meu director quando eu também pegava na caneta para vassourar a esterqueira.
E por ele ter sido assim, e porque o seu coração e carácter acompanhavam sempre uma férrea vontade de vencer, passei a considerá-lo como Irmão, consideração essa que, apesar da sua morte se ter verificado há muitos anos, mantenho incólume e assim manterei pelo resto da minha vida.
Chamava-se ele João Charulla de Azevedo.
Ao ler os seus artigos, especialmente este dirigido aos que gostam, ou tiram partido, de chafurdar na merda («Chafurdar na merda é uma questão de vida?»), concluo que Charulla de Azevedo não morreu.
Afinal ele continua vivo e viverá sempre enquanto houver Jornalistas como o meu Amigo Orlando Castro. Jornalistas de punho cerrado e mão aberta, Jornalistas que este País já abrigou em tempos de um Jornalismo em que a profissão se recusava comer à mesa do Poder, se recusava ser amante de interesses merdosos e escondidos sob lençois sujos de cama conspurcada.
Que saudades, Amigo Orlando Castro.
É por isso que ao lê-lo, não posso deixar de o entusiasmar: força, meu Irmão. Não os deixe boiar tranquilamente na merda em que se chafurdam. É preciso incomodá-los. É preciso dizer que eles existem e cheiram mal. Cheiram pior que merda.
Jaime de Saint Maurice”
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