O líder parlamentar do PSD (Portugal), Paulo Rangel, acusou hoje o PS de estar procurar “pôr uma mordaça" nas opiniões dos sociais-democratas, devolvendo as críticas de "visão cinzenta e salazarenta" aos socialistas.
Pois é. Nos últimos quatro anos o PS não fez outra coisa do que pôr mordaças aos jornalistas e nem por isso Paulo Rangel saíu a terreiro com a mesma veemência. Terá sido porque o PSD, no caso de vir a ser governo, tenciona manter as mordaças, mudando eventualmente de amordaçados?
“O PS procura pôr uma mordaça nas opiniões do PSD”, acusou Paulo Rangel, em declarações à Lusa, reagindo às críticas que o ministro das Obras Pública, Mário Lino, lhe fez hoje em Faro.
Falando na cerimónia que marcou o arranque da concessão Algarve Litoral, que prevê a requalificação da Estrada Nacional 125 (EN-125), Mário Lino criticou o líder da bancada parlamentar do PSD, e também cabeça de lista social-democrata às eleições europeias, por ter uma "visão cinzenta e salazarenta" do país.
E Mário Lino até sabe do que fala, sobretudo no que se refere ao uso salazarento de um conceito socretino da liberdade.
Na sua intervenção na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, Paulo Rangel enalteceu “o bem da liberdade” e acusou o Governo de o “renegar às gerações futuras”.
Segundo Paulo Rangel, o Governo está a “roubar a liberdade de escolha às gerações futuras” com o seu “programa de grandes obras públicas” porque este deixará “uma dívida monstruosa”, uma “renda anual de 1500 milhões de euros até 2040, durante 30 anos”.
É engraçado ver como Paulo Rangel nada diz do facto de, durante quatro anos, o PS ter colocado todos os seus pricipais mercenários à frente, por exemplo, de importantes órgãos de comunicação social.
E sabem porque nada diz? É isso aí. Tratando-se de mercenários, se amanhã o PSD for governo os portugueses vão ver a facilidade com que esses exemplares mudam da camisola. Não farão, aliás, nada que a maioria dos políticos lusos já não tenha feito.
E se uns começam na JSD e passam para o PS ou para o CDS, se outros foram comunistas e troskistas e estão hoje a defender as virtudes da Europa, e um deles até é presidente da Comissão Europeia, é legítimo ver mercenários da comunicação social serem às segundas, quartas e sextas do PS, às terças, quintas e sábados do PSD, aproveitando o domingo para almoçar alternadamente com o BE, PCP e CDS.
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