A Federação de Associações de Jornalistas de Espanha (FAPE) juntou-se à petição da Federação Europeia de Jornalistas (FEP) dirigida às autoridades da União Europeia para conseguir ajudas públicas para a imprensa.
Muitos já o terão dito há muito mais tempo. Eu disse em 19 de Novembro de 2007, nas conferências do “Milénio da Comunicação”, realizadas pelo ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração, em Vila Nova de Gaia, Portugal: “Enquanto não forem mudados os estatutos ligados à empresa da comunicação, o jornalista não vai a lado nenhum”.
Não foi nessa altura, foi bem antes, em 2001, que comecei a dizer algumas verdades sobre esta matéria e, dessa forma, começar a escrever a minha “certidão de óbito” profissional, agora consumada.
A FAPE informou hoje que o grupo europeu da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) se dirigiu a semana passada ao presidente de Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e aos grupos políticos do Parlamento Europeu (PE) para solicitar que se comprometam a tomar medidas em defesa das empresas jornalísticas a braços com uma enorme descida das receitas da publicidade e a recorrerem a despedimentos.
Ao que me parece, os jornalistas estão mais interessados em aliviar a dor de cabeça do que em curar a doença que está na sua origem. Ou seja, estão a fornecer (ainda mais) corda a quem dela se vai servir para os enforcar.
É que, pelo menos mas não só em Portugal, não existem agora empresas jornalísticas. Existem empresas. Ponto final. Umas fabricam salsichas, outras enlatam sardinha e outras fabricam e enlatam textos.
Aliás, basta ver o nível profissional de alguns dos donos (bem como dos sipaios ao seu serviço) dessas empresa de fabrico e enlatamento de textos para se constatar que, com facilidade, mudam de rumo e de ramo, passando para qualquer outro tipo de fabrico que dê mais lucro.
O presidente da FEP, Arne Koening, defende que o jornalismo "é um suporte da democracia europeia e tem tanto ou mais direito a ser protegido do que os bancos ou as construtoras automóveis que receberam milhares de milhões de euros".
É verdade. Mas desde quando a verdade tem força de lei? Desde quando os políticos estão preocupados com os suportes da democracia?
Aliás, a fazer fé no exemplo português, se para políticos vão por regra todos aqueles que não sabem fazer mais nada, porque carga de chuva não poderão ir para empresários todos aqueles diplomados em chulice e parasitismo?
Por mera curiosidade registe-se que, de acordo com o relatório de governo da Galp Energia, divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Ferreira de Oliveira, Fernando Gomes, Carlos Gomes da Silva, André Palmeiro Ribeiro e os representantes da petrolífera italiana ENI, Cláudio De Marco e Fabrizio Dassogno, tiveram, em média, um salário mensal em 2008 da ordem dos 48 700 euros (considerando 14 meses), mais de 1800 euros por dia...
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