O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, recebeu hoje como “uma medida muito positiva” a decisão de o Presidente da República de Portugal de vetar, pela segunda vez, a lei chamada do pluralismo e da não concentração dos media.
“Nós já tínhamos dito várias vezes que esta lei era muito negativa e que era totalmente inoportuna”, lembrou Rangel, pouco antes de participar num debate no Porto, como cabeça de lista ao Parlamento Europeu.
Antes, já o deputado Luís Campos Cunha, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, tinha acolhido o veto presidencial como “um contributo decisivo para a liberdade de imprensa em Portugal”.
Convergindo com as razões que o Presidente da República (designadamente quando pediu um amplo consenso parlamentar sobre uma matérias tão relevantes como a liberdade de informação e regulação da comunicação social), o deputado social-democrata acusou o PS de querer fazer “o caminho sozinho” numa matéria que envolve direitos fundamentais.
Nesta matéria, como certamente se recordarão os dois ou três leitores habituais aqui da casa, o PS de José Sócrates não está a fazer “o caminho sozinho”. E não está porque, nesta como noutras matérias, o PS assume-se como sendo ele próprio o caminho.
Tudo o resto, desde o veto de Cavaco Silva aos protestos unânimes da Oposição, não passa de fogo fátuo. É um pouco como deixar que os portugueses aprendam a viver sem comer e depois, quando virem que eles morreram, acenarem com um um abundante prato de comida.
Vir agora falar de liberdade de informação é não só gozar com a chipala dos portugueses como, ainda, atirar areia aos olhos daqueles, nomeadamente meia dúzia de jornalistas, que há muito, muito tempo, alertam para a ditadura democrática do sistema.
E se o PS de José Sócrates pode e deve ser acusado de ter cerceado (ou diria mesmo assassinado) a liberdade de expressão, o PSD é co-responsável não só porque tem estado no poder mas, também, porque lhe interessa este estado de coisas.
E interessa ao PSD porque na previsão de voltar ao governo tem a máquina montada, bastando-lhe num ou noutro caso influenciar, ou decidir, a substituição dos mercenários que estão de chicote na mão. Aliás, em muitos casos basta ganhar as eleições para que esses mercenários mudem imediatamente de campo.
Concordando com veto, o PCP diz ter razões de fundo contra a lei aprovada exclusivamente com os votos da maioria socialista diferentes das que foram enunciadas por Cavaco Silva.
“Estamos perante uma lei que, ao contrário do que ela própria si intitula, não combate a concentração da propriedade dos meios de comunicação social”, declarou o deputado Bruno Dias, apelando ao PS para “mudar de atitude”.
É verdade. A lei que Cavaco vetou de modo a aprová-la mais tarde com uma ou outra vírgula alterada, apenas reforça a concentração das linhas de enchimento de textos de linha branca, dando aos seus proprietários ainda mais força para pôr os operários a pensar apenas com a barriga.
Considerando que o Presidente da República “fez bem”, o deputado do Bloco de Esquerda Fernando Rosas alertou, no entanto, que “sem uma lei que limite a concentração dos órgãos de comunicação social, ficam a ganhar os grandes grupos dos media”. Não ficam. Já estão.
“É preciso uma lei que limite realmente os processos de concentração, que impõem uma forte limitação ao pluralismo e ao emprego dos jornalistas”, defendeu Fernando Rosas.
Pois. Mas o que o PS e, mais coisa menos coisa, o PSD querem é exactamente que o pluralismo seja feito à medida do interesse de quem está no poleiro. Quanto ao emprego dos operários a que o BE chama de jornalistas, isso pouco importa.
Aliás, para que é que os órgãos de comunicação social precisam de jornalistas? Sim, para quê?
Legenda: A foto em que estou com Cavaco Silva pertence à pré-história. Nesse tempo, o Jornalismo era outra coisa. Tal como Cavaco e o PSD.
Antes, já o deputado Luís Campos Cunha, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, tinha acolhido o veto presidencial como “um contributo decisivo para a liberdade de imprensa em Portugal”.
Convergindo com as razões que o Presidente da República (designadamente quando pediu um amplo consenso parlamentar sobre uma matérias tão relevantes como a liberdade de informação e regulação da comunicação social), o deputado social-democrata acusou o PS de querer fazer “o caminho sozinho” numa matéria que envolve direitos fundamentais.
Nesta matéria, como certamente se recordarão os dois ou três leitores habituais aqui da casa, o PS de José Sócrates não está a fazer “o caminho sozinho”. E não está porque, nesta como noutras matérias, o PS assume-se como sendo ele próprio o caminho.
Tudo o resto, desde o veto de Cavaco Silva aos protestos unânimes da Oposição, não passa de fogo fátuo. É um pouco como deixar que os portugueses aprendam a viver sem comer e depois, quando virem que eles morreram, acenarem com um um abundante prato de comida.
Vir agora falar de liberdade de informação é não só gozar com a chipala dos portugueses como, ainda, atirar areia aos olhos daqueles, nomeadamente meia dúzia de jornalistas, que há muito, muito tempo, alertam para a ditadura democrática do sistema.
E se o PS de José Sócrates pode e deve ser acusado de ter cerceado (ou diria mesmo assassinado) a liberdade de expressão, o PSD é co-responsável não só porque tem estado no poder mas, também, porque lhe interessa este estado de coisas.
E interessa ao PSD porque na previsão de voltar ao governo tem a máquina montada, bastando-lhe num ou noutro caso influenciar, ou decidir, a substituição dos mercenários que estão de chicote na mão. Aliás, em muitos casos basta ganhar as eleições para que esses mercenários mudem imediatamente de campo.
Concordando com veto, o PCP diz ter razões de fundo contra a lei aprovada exclusivamente com os votos da maioria socialista diferentes das que foram enunciadas por Cavaco Silva.
“Estamos perante uma lei que, ao contrário do que ela própria si intitula, não combate a concentração da propriedade dos meios de comunicação social”, declarou o deputado Bruno Dias, apelando ao PS para “mudar de atitude”.
É verdade. A lei que Cavaco vetou de modo a aprová-la mais tarde com uma ou outra vírgula alterada, apenas reforça a concentração das linhas de enchimento de textos de linha branca, dando aos seus proprietários ainda mais força para pôr os operários a pensar apenas com a barriga.
Considerando que o Presidente da República “fez bem”, o deputado do Bloco de Esquerda Fernando Rosas alertou, no entanto, que “sem uma lei que limite a concentração dos órgãos de comunicação social, ficam a ganhar os grandes grupos dos media”. Não ficam. Já estão.
“É preciso uma lei que limite realmente os processos de concentração, que impõem uma forte limitação ao pluralismo e ao emprego dos jornalistas”, defendeu Fernando Rosas.
Pois. Mas o que o PS e, mais coisa menos coisa, o PSD querem é exactamente que o pluralismo seja feito à medida do interesse de quem está no poleiro. Quanto ao emprego dos operários a que o BE chama de jornalistas, isso pouco importa.
Aliás, para que é que os órgãos de comunicação social precisam de jornalistas? Sim, para quê?
Legenda: A foto em que estou com Cavaco Silva pertence à pré-história. Nesse tempo, o Jornalismo era outra coisa. Tal como Cavaco e o PSD.
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