O Procurador-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau, Luís Manuel Cabral, disse hoje à Lusa que a instituição está sem dinheiro para continuar o processo de investigação aos assassínios do Presidente 'Nino' Vieira e do general Tagmé Na Waié.
No final de uma reunião com o Governo, Luís Manuel Cabral afirmou que a falta de verba para a comissão responsável pelos inquéritos foi tema do encontro com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, o ministro da Defesa, Artur Silva, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Casimiro, e elementos do Ministério Público.
"Estou com receio. Quero que este trabalho termine antes de eu sair da Procuradoria-Geral da República, antes das eleições" presidenciais antecipadas (28 de Junho), afirmou Luís Manuel Cabral.
Ao que parece, na Guiné-Bissau todos os problemas se resumem a dinheiro. Ou à falta dele. Recordam-se de, há um mês, o governo guineense ter orçamentado a fase inicial (inicial, atente-se) da Reforma do Sector da Defesa e Segurança em 108,215 milhões de euros?
Quanto a mim, a comunidade internacional (com a lusófona lá pelo meio) vai abrir os cordões à bolsa porque não só quer dormir descansada e de barriga cheia, como se está nas tintas para o perigo da Guiné-Bissau se trasformar num não estado.
Tudo isto resumido significa que, tal como noutras paragens lusófonas, a tese é a de continuar a amamentar os poucos que têm milhões e metralhadoras na mão, esquecendo os milhões que têm pouco ou nada.
Legenda: Militares guineenses junto ao caixão do general Tagmé Na Waié
(Foto: Luc Gnago/Reuters)
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