Portugal "condena veementemente" o ensaio nuclear realizado hoje pela Coreia do Norte, que considera "inaceitável" e "uma ameaça à paz e segurança internacionais", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
A posição portuguesa, ouvida e respeitada em todos os cantos do mundo, fez tremer Kim Jong-il que imediatamente – tanto quanto apurou o Alto Hama – mandou pedir desculpa ao reino lusitano, embora por lapso tenha mandado o ofício para Madrid. Ou terá sido para Rabat?
Para o governo português, o ensaio "traduz uma atitude inaceitável e um desrespeito pelas pertinentes resoluções do Conselho de Segurança da ONU", "compromete a estabilidade regional" e "constitui uma perigosa ameaça à paz e segurança internacionais".
... e como é raro que alguém, ou algum país, desrespeite as resoluções da ONU, Portugal não se conformou e mostrou todo o seu poder.
No comunicado, Portugal apela à Coreia do Norte para que não realize mais ensaios nucleares, regresse às negociações a seis (EUA, Rússia, China, Japão, Coreia do Norte e Coreia do Sul), permita o regresso dos inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica e cumpra os compromissos assumidos no Tratado de Não-Proliferação.
Kim Jong-il pediu já a um dos seus assessores (na circunstância perito na língua brasileira e formado na Universidade de Harare) para traduzir o apelo de Lisboa, prometendo ser célere na resposta.
O texto afirma ainda que esta questão, sobretudo as consequências deste ensaio na região e no mundo, vão ser abordados na ministerial Ásia e Europa (ASEM) a decorrer em Hanói e na qual participa o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado.
A Coreia do Norte anunciou hoje ter realizado "com êxito" um novo ensaio nuclear, ignorando a pressão internacional para que renuncie ao seu programa nuclear.
"A República Democrática Popular da Coreia (RDPC) procedeu com sucesso a um novo ensaio nuclear subterrâneo, a 25 de Maio, no âmbito das medidas destinadas a reforçar as suas capacidades de dissuasão nuclear (...)", referiu a agência de notícias oficial KCNA, recebida em Seul.
Legenda: Kundi Paihama, homólogo angolano de Luís Amado, durante uma visita à Coreia do Norte
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