José Luís Rodríguez Zapatero e José Sócrates estão hoje, como ontem e se calhar amanhã, juntos na campanha eleitoral para as eleições para o Parlamento Europeu. Primeiro em Valência e depois em Coimbra.
O mote da campanha deve ser qualquer coisa do tipo “socialistas unidos jamais serão vencidos”.
Esta união de facto recorda-me a tese defendida, no dia 15 de Julho de 2007, por José Saramago em entrevista ao Diário de Notícias. O prémio Nobel da Literatura previa (como certamente ainda prevê) que Portugal vai acabar por tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que se chamaria Ibéria.
O escritor, e se calhar também a sociedade nada anónima Sócrates & Zapatero, considera que Portugal, "com dez milhões de habitantes", teria "tudo a ganhar em desenvolvimento" se houvesse uma "integração territorial, administrativa e estrutural" com Espanha.
Embora na altura tenha discordado de Saramago, o tempo começa a dar-lhe razão. Sobretudo quando Portugal continua por este andar a ser apenas o mais europeu do norte de África.
Portugal tornar-se-ia assim, sugeria o Nobel português, mais uma província de Espanha: "Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos Portugal".
"Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar", disse o escritor, membro do Partido Comunista Português desde 1986.
Questionado sobre a possível reacção dos portugueses a esta proposta, Saramago disse acreditar que aceitariam a integração, desde que fosse explicada: "não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. (...) Não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português".
Com o mérito (reconheça-se) de vender que se farta os seus livros, a que alguns chamam de literatura, Saramago é livre (mesmo pertencendo ao PC) de dizer o que bem entende. Aliás, entre um génio e um eunuco mental a quem foi dado um Nobel… todos sabemos a quem a Imprensa dá destaque. Complemente-se com o exemplo do Governo do reino lusitano.
Na visão do escritor, Portugal não passaria a ser governado por Espanha, passaria a haver representantes de ambos os países num mesmo parlamento e, tal como acontece com as autonomias espanholas, Portugal teria também o seu próprio parlamento.
Se calhar hoje, no meio dos comícios, será rubricada a constituição da Ibéria socialista pela sociedade Sócrates & Zapatero.
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