Portugal e a Europa poderão sair da crise "sobre um enorme cemitério de tragédia social", caso não seja colocada "alguma justiça na economia", afirma Miguel Portas, líder do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu.
"Pode sair-se desta crise de duas maneiras: sobre um enorme cemitério de tragédia social ou com alguma decência e respeito pela dignidade humana. Não há terceira opção no meio disto", avisou Portas.
Cá para mim, se a decisão estiver, como ainda está, nas mãos do governo de José Sócrates, é mais do que certo que Portugal será não um cemitério mas uma vala comum de tragédia social. Isto porque “respeito pela dignidade humana” é algo que não consta do léxico político deste PS.
Miguel Portas criticou "todos os Governos que em Portugal e na Europa têm tido a responsabilidade efectiva de fazer com que os ricos sejam cada vez mais ricos e que haja cada vez mais pobres".
Por outras palavras, reconhecendo que raramente estou de acordo com as ideias da malta do Bloco de Esquerda, Miguel Portas diz o que aqui no Alto Hama de há muito se afirma. Isto é, que o PS defende os poucos que têm milhões e está-se nas tintas para os milhões que têm pouco ou nada.
"Tudo o resto decorre disto: saber se as pessoas têm uma vida minimamente digna. Não é uma grande vida, é uma vida decente, que não obrigue o pobre a dizer que o seu inimigo está no pobre ao lado, que não faça do homem o lobo do homem", acrescentou Miguel Portas numa alusão que subscrevo.
O cabeça-de-lista do BE afirmou que "os banqueiros e especuladores antes da crise ganhavam com os juros, durante a crise estão a ganhar com os 'spreads' e depois da crise hão-de querer ganhar com os juros e os 'spreads'".
É verdade. Populista? Talvez. Mas verdade.
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