domingo, maio 10, 2009

E esse Portugal lá vai cantando e rindo
levado pela orgia dos donos do poder!

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, acusou hoje, em Santarém (Portugal), o PS de ser “incompetente” em matéria de segurança, acrescentando que “o PSD é mole” e “a extrema-esquerda é lírica”. E a Direita?

Que o PS é incompetente, o PSD mole, a extrema-esquerda lírica e a direita nem carne nem peixe, já todos sabem, seja por experiência própria ou, inclusive, por ainda pensarem com a cabeça.

Comentando os incidentes dos últimos quatro dias no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, Paulo Portas defendeu uma “resposta integrada”, que passa, primeiro, por “recrutar rapidamente o número de polícias de que o país precisa”.

O líder do CDS sabe o que diz mas, é claro, nem sempre diz o que sabe. Não creio que recrutar mais polícias resolva, só por si, a questão. A quantidade, tal como se vê todos os dias no Parlamento português, não é sinónimo de qualidade.

Mas, também é verdade, se Portugal tem os políticos que tem, os jornalistas que tem, se calhar acaba por merecer os polícias e as leis que tem. E assim sendo, a culpa não é dos governos mas, isso si, dos eleitores que entregam o seu destino nas mãos de poíticos de muito fraco nível.

Numa coisa Paulo Portas tem razão. É preciso instituir o “julgamento rápido, em 48 horas, dos delinquentes que são apanhados em flagrante” e a mudança das “leis penais, que têm de ser mais firmes e mais severas perante uma criminalidade que é mais grave”.

Convém contudo, digo eu, ter toda a celeridade defendida pelo líder do CDS em relação aos pilha-galinhas mas, igualmente, em relação aos donos do reino, sejam eles empresários, políticos, gestores, administradores ou líderes dos cartéis onde numa orgia monstruosa se juntam todos este protagonistas.

“Podem concordar ou discordar das nossas soluções, mas é uma política de segurança com firmeza”, justificou Paulo Portas, sublinhando que “o que se está a passar na zona de Setúbal é muito sério”.

Realçando não ser normal a polícia ser atacada, nem se queimarem carros, Paulo Portas declarou que isto se passa “perante a condescendência das leis, dos tribunais, da organização da segurança em Portugal”.

É claro que Paulo Portas, como os seus homólogos de outros partidos, analisa a questão depois um bom almoço e na perspectiva de um bom jantar e não tem de pensar que está no desemprego e que não sabe como angariar dinheiro para alimentar os filhos.


Se toda esta vasta equipa de bem nutridos políticos, começando em José Sócrates, passando por Manuela Ferreira Leite, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e terminando em Paulo Portas, soubesse o que é o país real, se calhar Portugal estaria mais próximo de ser um Estado de Direito.

2 comentários:

ELCAlmeida disse...

Enquanto esperas sentado que eles realmente pensem no País real e o possam colocar na senda dos Países como Estados de Direito vai gozando juntamente com o teu mais que todo não-amado (eu sei que tu sabes que eu sei tu sabes de quem estou falando) pela 24º campeonato do FCP.
Kandandu
EA

Anónimo disse...

OS BANDOS DOMINAM NOS BAIRROS SOCIAIS

Os partidos de esquerda desculpam sistematicamente a criminalidade com o a pobreza e o desemprego. Parece terem receio de uma atitude mais enérgica na luta contra o crime. Será que ficaram traumatizados desde os tempos do fascismo? Esta postura está a desorientar o seu próprio eleitorado natural: os mais pobres que são também os mais desprotegidos face à criminalidade. Assim, os partidos de esquerda têm muita responsabilidade relativamente ao crescimento da extrema direita que tem um discurso bem mais sensato sobre o combate crime. Barack Obama prometeu ser implacável no combate ao crime e defender ao mesmo tempo os mais desfavorecidos. Não me parece que isso seja incompatível.

Todos os dias vemos fechar Empresas jogando muita gente no desemprego e na pobreza. Frequentemente, ficam muitos meses de salários por pagar, levando essas pessoas a uma situação de desespero. Se fosse esse o motivo dos desacatos que se têm visto nos bairros sociais, então eles aconteceriam preferencialmente nas manifestações junto aos antigos locais de trabalho, onde se aglomeram muitas pessoas na mesma situação.
Não! o que se viu no Bairro da Bela Vista foi a homenagem a um criminoso abatido em flagrante pela polícia, numa atitude de desafio à própria polícia como que para testar a sua capacidade de reacção e para uma demonstração de força no bairro.

Há 50 anos a pobreza em Portugal não era menor que a de hoje - havia muitos "bairros de lata" em vez de "bairros sociais" - e a criminalidade violenta era praticamente inexistente. Se mais pobreza implicasse mais criminalidade, então não teria sido assim. As estatísticas nem reflectem a nossa realidade porque muitas vítimas já nem se queixam porque sabem que os criminosos são rapidamente postos em liberdade, mesmo quando são capturados e depois ficam sujeitos a represálias. Mela mesma razão, vítimas e testemunhas escondem a face quando são entrevistadas pela televisão.

Já há algum tempo um Mayor de Nova Iorque decidiu que não se deveria menosprezar a pequena criminalidade nem os pequenos delitos, porque a sensação de impunidade se instala nos jovens delinquentes, estes vão facilmente progredindo para infracções cada vez mais graves até que a situação se torna incontrolável. Implementou então a célebre "Tolerância Zero" que, como se sabe, deu óptimos resultados, reduzindo num só ano a criminalidade em Nova Iorque em cerca de metade.

A actual política portuguesa de manter na rua os criminosos, mesmo depois de várias reincidências, faz (como dizia o Mayor ) crescer a sensação de impunidade: o criminoso continua com as suas actividades criminais, vai subindo o nível dos seus delitos e serve de exemplo para que outros delinquentes mais jovens sigam o mesmo caminho.

Mas existem muitas pessoas trabalhadoras e humildes nos bairros sociais que não levantam problemas e que só desejam que os deixem viver em paz, o que não acontece, porque estão reféns dos bandos de criminosos que dominam nesses bairros. Não se pode contar com essas pessoas para testemunharem qualquer acto criminoso a que assistam porque têm medo, medo de represálias porque não se sentem convenientemente protegidas pela polícia que também não pode estar sempre presente. Lembra as favelas brasileiras...só que no Brasil polícia e militares juntam esforços para combater o domínio dos bandos nas favelas e tem havido baixas parte a parte mas a polícia começa a chegar onde antes não se aventurava. Por cá, enquanto o crime cresce e toma posições de domínio, a polícia, apesar de vontade, nada pode fazer porque lhe falta a autoridade. Entretanto, Governo, Partidos, e outras organizações não compreendem o que se está a passar e fazem conjecturas absurdas sobre o motivo dos desacatos que é por demais evidente. Será que temos que cair no fundo?

Zé da Burra o Alentejano