O cabeça de lista do PS (Portugal) às eleições europeias, Vital Moreira, fez hoje um duro ataque à comunicação social, dizendo que "é escandalosa a benevolência" como trata figuras de "direita" envolvidas no Banco Português de Negócios (BPN).
Gostei de ver Vital Moreira malhar nos jornalistas sem ter necessidade, registe-se, de pedir ajuda ao sublime arauto socialista nestas matérias, de seu nome Augusto Santos Silva.
"É escandalosa a benevolência com que a comunicação social encara as tranquibérnias dos figurões da direita-dos-negócios no caso do BPN, sendo todos os protagonistas pessoas gradas do PSD", escreveu hoje Vital Moreira no seu blogue "Causa Nossa".
Se não soubesse quem teria dito estas pérolas seria tentado, reconheço, a atribuí-las ao Francisco Louçã.
Segundo o cabeça de lista socialista às europeias, tudo seria diferente se o nome dos envolvidos no caso BPN fosse do PS. Está enganado. Vital Moreira já deve ter sido repreendido por Santos Silva, o socialistas que controla e manda controlar muitos dos que na comunicação social portuguesa têm poder para determinar os critérios editoriais.
Critérios editoriais que, acrescente-se, são uma forma camuflada e cosmética daquilo que antigamente se chamou de censura.
"Imagine-se só que a coisa se passava com gente da área do PS. Alguém duvida que nesta altura o partido e os seus dirigentes estariam a ser responsabilizados pelas vigarices e politicamente crucificados? Será que as televisões vão dedicar ao 'banco do PSD' um centésimo da atenção que dedicaram ao caso Freeport? Realmente, gente grada de direita é outra coisa", referiu Vital Moreira.
O homem está zangado e para dar força às suas teses regressou às origens políticas. Fez bem. Assim também se vê a força do PC, ou melhor, do PS.
Pena é que Vital Moreira só consiga (como a maioria dos actuais dirigentes do PS) ver para o lado que mais lhe convém. É pena porque se fosse fiel à verdade diria que é mais, muito mais, mas muito mais, o que une grande parte da comunicação social ao PS do que aquilo que os separa.
Isto, é claro, enquanto o PS estiver no poder. Por alguma razão os donos dos critérios editoriais (tal como os donos dos donos) são nesta altura amigos do PS às segundas, quartas e sextas e do PSD às terças, quintas e sábados. Aos domingos fingem ser independentes...
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