O cabeça-de-lista do PSD (Portugal) às eleições europeias, Paulo Rangel, defendeu hoje que o voto “para castigar” o Governo e fazer “a ruptura” é no PSD, a única força “que pode ganhar o PS”.
Se calhar até tem razão. No entanto, tirando alguma coloração diferente (uma espécie de pigmentação eleitoral), a análise à substância mostra que PSD e PS são fuba do mesmo saco. Por isso não me parece que, tirando por cima ou por baixo, possa haver “ruptura”.
Durante um jantar em Tábua, no Distrito de Coimbra, Paulo Rangel pediu aos seus apoiantes que tenham esse discurso “junto da família, dos amigos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho, das pessoas que encontram no café”.
Se calhar, não teria sido mau fazer esse discurso juntos dos perto de 500 mil desempregados que nunca mereceram, para além do acessório, a atenção do PSD ou do PS.
“Há muitos votos possíveis no dia 7 de Junho, mas há um voto – um – que conta mais do que o os outros. Se querem a ruptura, a viragem, a mudança, só há um partido capaz de a fazer, porque só há um partido que pode ganhar ao PS: é o PSD”, acrescentou o também líder parlamentar social-democrata, embalado numa campanha que, antes de o ser, já mostrara a atávica necessidade de só olhar para o povo quando ele tem o voto na mão.
Paulo Rangel reiterou a acusação ao Governo de que “não está a ser capaz de aplicar os fundos comunitários”, o que considerou “um crime”.
É verdade. Mas não é verdade só agora. E então por onde tem andado o PSD?
“Se querem castigar a incompetência, a inércia do Governo nestas matérias nacionais e europeias, têm de votar no PSD”, defendeu, em seguida.
Concordo que é necessário, diria vital, castigar a incompetência e a inércia. Mas para mim tanto são incompetentes os que querem que os portuguesas aprendam a viver sem comer, como os que se limitaram durante quatro anos a vê-los definhar.
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