Os alunos da Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa (Portugal), receberam hoje com vaias uma delegação do Governo encabeçada por José Sócrates.
"Governo fascista é a morte do artista" foi o grito de protesto escolhido pelos estudantes para contestar as obras de requalificação daquele estabelecimento em época de exames e dar voz a receios de descaracterização.
O arranque de obras no momento em que os exames são depositados nas secretárias dos alunos esteve na base dos protestos que o primeiro-ministro encontrou à chegada à Escola Secundária Artística António Arroio.
Protestos que viriam a ser ignorados pela delegação do Governo, que deixou o estabelecimento de ensino pelas traseiras, evitando a concentração de estudantes.
À reportagem da Antena 1, um dos alunos concentrados no local deu voz às queixas de falta de sentido de oportunidade na calendarização das obras, que o Ministério da Educação enquadra no Programa de Modernização do Parque Escolar do Ensino Secundário.
"Nós temos exames nacionais, temos provas de aptidão artística e estão a fazer obras na nossa escola nessa altura. Não temos condições nenhumas para fazermos o nosso trabalho. Temos de fazer em menos tempo mais trabalho. Não temos como. E fazem obras numa escola que está em perfeitas condições para aquilo que tem que fazer", afirmou o estudante.
No entanto, a adesão à manifestação não foi unânime. Um segundo grupo de estudantes demarcou-se dos protestos, referindo-se às obras como "a melhor coisa que podiam fazer na escola".
Em declarações à agência Lusa, Daniela Romão, uma aluna do 12.º ano de Design e Comunicação, disse lamentar que o corpo estudantil não tenha sido auscultado no âmbito da requalificação da António Arroio, de forma a ter a oportunidade de fazer chegar à ministra da Educação, "de uma forma mais serena", as suas propostas.
"Sentimo-nos injustiçados por não haver qualquer tipo de comunicação por parte do conselho executivo", desabafou.
Foto: André Kosters/Lusa
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