O Presidente da Assembleia Nacional de Angola alertou hoje, no arranque da 6ª Conferência dos serviços secretos africanos, em Luanda, para a importância da eficácia da “inteligência” na prevenção das crises sociais e de insegurança em África.
De facto, África em particular e o mundo em geral, deveriam olhar para o que Angola diz (também) nesta matéria. Angola sabe o que diz embora, para evitar crises sociais e de insegurança, não diga tudo o que sabe.
Fernando da Piedade Dias dos Santos, "Nandó", aproveitou a cerimónia de abertura da 6ª Conferência do Comité dos Serviços de Inteligência e Segurança de África (CISSA) para alertar para o perigo da crise mundial “conduzir” os países africanos para crises sociais e de insegurança.
É claro, como diz “Nandó”, que as crises sociais nunca são responsabilidade dos governos dos países onde acontecem. Ou são da Oposição (onde ela existe) ou de causas externas.
Defendendo a “incontornável importância” do CISSA, Fernando da Piedade Dias dos Santos afirmou que “urge manter a estabilidade e confiança”, apelando ao “empenho total” dos estados membros do Comité para a “consolidação da cooperação” neste área.
“A pobreza e o desemprego, acrescidos da falta de meios técnicos e humanos qualificados, colocam os países africanos numa posição bastante vulnerável face às ameaças globais que têm impacto negativo na paz e no desenvolvimento de todos os países”, disse “Nandó”, excedendo-se um pouco ao falar da pobreza e do desemprego. Mas...
O Presidente do Parlamento angolano lembrou ainda que em África existem “várias tipologias de crime organizado” e que isso “requer estratégias concertadas” e a “implementação de medidas inteligentes e eficazes” para as combater.
“É neste contexto que o CISSA deve erguer-se e ocupar o lugar decisivo que lhe compete no âmbito da manutenção da paz, à luz da Carta da União Africana, como instrumento de incontornável importância na garantia da segurança do continente”, defendeu.
“Nandó” sublinhou a urgência de dotar o CISSA de meios para melhorar a capacidade de intervenção dos serviços secretos africanos, mostrando-se certo de que a conferência que decorre em Luanda vai “identificar” os mecanismos e acções que conduzam a uma “maior eficácia”.
Eficácia, acrescente-se, que Angola trata por tu, tal é a experiência adquirida ao longo dos anos, primeiro na luta contra o inimigo interno, Jonas Savimbi, e depois contra um outro inimigo ainda mais interno, o povo que na sua maioria vive na miséria.
De acordo com Fernando da Piedade Dias dos Santos, que representou o Presidente José Eduardo dos Santos na cerimónia de abertura dos trabalhos, o futuro passa pela criação de mecanismos que permitam uma “maior circulação de informação, em tempo útil, para possibilitar a neutralização de acções e intenções” que visem desestabilizar o continente.
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