A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em Portugal considera que a TVI desrespeitou as normas ético-legais do jornalismo misturando factos e opinião em várias edições do "Jornal Nacional", alvo de queixas analisadas pelo organismo.
Numa deliberação hoje divulgada, a ERC "reprova a actuação da TVI", e insta a estação a cumprir "de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas".
Os membros do conselho regulador consideraram que a TVI deve "demarcar 'claramente os factos da opinião'", como determina o Estatuto do Jornalista.
A ERC considera "verificada, à luz da análise efectuada, a possibilidade de a TVI ter posto em causa o respeito pela presunção de inocência dos visados nas notícias".
Entre 16 de Fevereiro e 30 de Março de 2009, deram entrada na ERC dez queixas contra as edições de 13 de Fevereiro, 30 de Janeiro e 1 e 27 de Março e outras edições não especificadas do "Jornal Nacional" da TVI, questionando o tratamento jornalístico de matérias que envolvem o primeiro-ministro e outros membros do Governo.
As queixas referem-se a peças jornalísticas emitidas no Jornal Nacional de Sexta (conduzido por Manuela Moura Guedes).
Em apenas um caso, a edição transmitida a 1 de Março, não se está perante esse serviço noticioso, uma vez que era domingo.
Notificada pela ERC, a TVI defendeu-se referindo que "as queixas denotam um evidente cariz político e uma ausência total de conteúdo".
"Limitam-se [as queixas] a atacar a TVI e os seus profissionais de forma até insultuosa, sem apontarem um único lapso factual ou incorrecção que se tenha verificado no decurso do referido Jornal Nacional", refere a deliberação hoje divulgada.
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