Em tudo quanto é espaço (talvez) informativo em português não faltam notícias sobre a jornalista norte-americana Roxana Saberi, condenada no Irão a oito anos de prisão por espionagem e que já foi libertada.
Ainda bem. No entanto, não encontro (quase) nada sobre a situação do jornalista angolano William Tonet, retido na fronteira com a Namíbia por ordem de quem é dono das leis (e das armas).
Roxana Saberi foi condenada a 13 de Abril a oito anos de prisão por espionagem a favor dos Estados Unidos, depois de um julgamento de um dia à porta fechada. Detida na prisão de Evine, a norte da capital iraniana, Roxana terminou a 6 de Maio uma greve de fome que iniciou a 21 de Abril, para protestar contra a detenção.
A jornalista - que foi detida em finais de Janeiro em Teerão, onde vivia desde 2003 - recorreu da sentença imposta pelo tribunal de primeira instância.
Este caso foi uma fonte de tensões entre Washington e Teerão e surge numa altura em que a administração Obama tinha dito que queria retomar negociações com o Irão.
Washington descreveu as acusações contra Roxana como infundadas e apelou para a libertação da jornalista, filha de pai iraniano que nasceu em Nova Jersey e cresceu em Fargo, Estado do Dakota do Norte.
Entretanto, William Tonet foi impedido de sair do país pelos Serviços de Migração de Angola, sob alegação de pender contra ele um mandado de interdição de saída, não tendo contudo as autoridades explicado sequer quem tinha dado tal ordem. Ao que parece, no sistema dos Serviços de Migração de Angola existem quatro William Tonet, todos com interdição de saída...
Mas o que é que isso importa? Nada. Para mal dos seus pecados, para além de ser angolano, o William ainda é dos que não vai à missa dos donos do poder!
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