A Austrália quer “o tudo ou nada” de Timor-Leste com a chegada a Díli, na quinta-feira, de uma delegação empresarial do Território do Norte que vai oferecer parcerias em sectores estratégicos do desenvolvimento. Oferecer e, é claro, cobrar altos juros.
Por outras palavras, a Austrália assume que quer fazer o que muito bem entender do “quintal” timorense. A missão, composta por meia centena de empresários pretende apostar em primeiro lugar no promissor “sector do turismo”, embora fique claro – como assume o embaixador australiano em Díli, Peter Weyward – que a “construção das infra-estruturas fica a cargo dos timorenses”.
Outros sectores a apostar, segundo o embaixador, são os da construção civil, barragens, represas, sistemas de irrigação, estradas e pontes. Os transportes vêem a seguir, mas com a exploração em regime de “outsourcing”.
O sector das telecomunicações em Timor-Leste, que a Austrália teve na mão e perdeu para o monopólio da Timor Telecom (PT), contratualmente até 2017, é apetecido “só se for liberalizado” em 2010, como parece ser vontade do Governo de Xanana Gusmão, disse o embaixador.
Um “interesse natural” é depositado também no sector da banca em Timor-Leste, onde “o ANZ é o principal operador em ATM”, referiu.
“Será possível a criação de um banco de desenvolvimento, a Austrália está interessada se o Governo timorense criar condições, ainda que por ora não seja determinante”, acrescentou o diplomata.
Finalmente, o sector do petróleo e gás natural, tendo o embaixador admitido “motivos de esperança” para que o consórcio do Greater Sunrise entre num projecto para levar um “pipeline” até ao sul de Timor-Leste.
“Timor-Leste está no arco de segurança da Austrália e esta é a perspectiva para uma relação sustentável”, vincou o diplomata, valorizando por isso o triângulo de cooperação formado pela Austrália, Timor-Leste e Indonésia.
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