domingo, maio 10, 2009

Não chega mudar (algumas) moscas

Em Angola, como nos velhos tempos, tudo continua a ser possível. A matilha que lidera a campanha contra William Tonet, como escreveu Norberto Hossi no Notícias Lusófonas, visa não só denegrir a sua imagem, como atentar contra a vida do jornalista e director do jornal independente Folha 8.

Para o William Tonet, bem como para a maioria dos angolanos, não é nada de novo. A impunidade do regime continua e quanto mais cedo se calarem as vozes que se batem pela denúncia das arbitrariedades e da corrupção endémica do sistema, melhor.

“Este sistema mata mesmo, apesar da imagem de anjo do Presidente Eduardo dos Santos, o número de assassinatos não têm parado de crescer e Tonet é visto como uma pedra no sapato do regime, e que por isso não pode continuar ou em liberdade ou com vida”, afirmava Hossi no refeido artigo do NL.

Ao contrário do que se esperava, o MPLA e o seu regime tentam eliminar todos quanto pugnem por uma imprensa livre, liberdade de expressão e a implantação de uma verdadeira democracia. Não são os únicos, é certo. Nas ocidentais praias lusitanas passa-se algo que bebe na mesma fonte.

Segundo Norberto Hossi, com os milhões do petróleo, Eduardo dos Santos ao invés de trabalhar para uma verdadeira reconciliação nacional, pretende consolidar o seu regime com a eliminação física dos seus adversários políticos, como aconteceu com o jornalista Ricardo de Melo, Nfulumpinga Landu Victor, líder do PDP-ANA, ou Jonas Savimbi.

O Tonet há muito que mostrou ter qualidades guerreiras. Se assim não fosse não teria sobrevivido à “selva” onde exerce a sua profissão. Triunfos? Sim, teve muitos, destacando-se desde logo o facto manter um jornal independente e uma coluna vertebral erecta.

O Tonet também é daqueles que nunca serão derrotados porque nunca deixarão de lutar. E isso é uma espinha atravessada na garganta dos seus ininigos.

1 comentário:

Gil Gonçalves disse...

Mas isto não é novidade nenhuma. É a pura verdade, salutar destino de uma realidade que agoniza e se chama não um poder mas, o fundamentalismo africano de matar tudo e todos. É que neste fundamentalismo nem os animais escapam. A única coisa que o poder sabe é partir casas e roubar terrenos. Quando a ditadura recomeça com os alvos seleccionados a abater, significa que outros seguirão para o barqueiro Caronte.
Enquanto a estrutura do poder popular e o seu politburo marxismo-leninismo-estalinismo não se desmontarem, nunca haverá paz em Angola. Porque no poder popular anda legislado, um qualquer fardado prende um qualquer cidadão sem culpa formada.
Lá vamos para o Zimbabué, ou pior? A África negra será um caos somaliano. Até à extinção da raça.