O primeiro ministro angolano, Paulo Kassoma, defendeu hoje, em Luanda, durante um encontro com o seu homólogo timorense, Xanana Gusmão, que os dois países devem estabelecer parcerias adequadas à dinamização das duas economias (leia-se petróleo).
Paulo Kassoma, que sabe do que fala e tem experiência quanto baste (veja-se o que fez no Huambo), diz com todo o pragmatismo que se lhe reconhece que Díli e Luanda devem caminhar para uma cooperação "mutuamente vantajosa" no combate à pobreza e pelo desenvolvimento.
E, convenhamos, não é todos os dias que o primeiro-ministro de um país rico, Angola, reconhece que a pobreza é um problema angolano, tal como o é dos timorenses.
Uma das apostas apontadas por Kassoma é inverter os actuais índices de desenvolvimento humano dos dois países, que estão entre os mais baixos do mundo de acordo com dados das organizações internacionais.
Que estão entre os mais baixos do mundo não foi o primeiro-ministro angolano que disse, desde logo porque há verdades que são para serem conhecidas mas apenas ditas em silêncio.
As áreas como o sector petrolífero, defesa e segurança são ainda apontados como potenciais palcos da cooperação bilateral com Timor-Leste. É verdade e, cada vez mais, Angola assume de corpo inteiro o seu vital papel na lusofonia.
Kassoma é ainda defensor de que os dois países devem criar uma comissão mista para avaliar de forma sistemática o estado da cooperação entre Luanda e Díli e para a manutenção dos esforços para ampliar esse relacionamento. Bem visto, sobretudo quando se sabe que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa é algo que existe sem existir.
O primeiro-ministro do Timor-Leste e ex-Presidente da República, disse, depois de uma audiência com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que pretende iniciar um processo de troca de experiências com Angola no sector do petróleo, onde os dois países "tem muitas particularidades em comum".
Xanana Gusmão recordou que o Timor Leste é um país produtor de petróleo e a cooperação com Luanda neste tema é importante para a "melhoria das capacidades humanas" no sector.
Além disso, recordou que o seu país entrou no sétimo ano da sua independência, estando ainda "numa fase da consolidação das instituições", e precisa de uma "cooperação estratégica" em "interesses comuns".
"Angola está a responder com eficácia aos interesses da sua população e nós estamos também neste pé, na necessidade de responder às aspirações de um povo que lutou durante 24 anos em situação difícil pela sua independência", afirmou.
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