Por muito que isso custe ao primeiro-ministro de Portugal, e por muito difícil que seja encontrar quem o diga na Imprensa, os números do desemprego no reino de José Sócrates são o espelho fiel do fracasso desta governação socialista.
O governo das ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, já não se limita a meter as mãos pelos pés, chegando agora à situação de não se saber de quem são os pés ou as mãos.
Num dia, ontem, o ministro das Finanças diz que Portugal está a prestes a sair da pressão da crise, no outro, o Instituto de Emprego e Formação Profissional diz que o número de desempregados inscritos no final do mês passado era de 491.635, o que significa mais 105.294 inscrições do que em Abril de 2008.
Em função desta realidade, mais negra a cada dia que passa, provavelmente os portugueses deveriam estar nas ruas a manifestar a sua indignação (creio, embora não tenha a certeza, que ainda têm esse direito) pelo aumento da pobreza, pelo custo de vida, pelo desemprego, pela crise, pela forma como são tratados.
Talvez pudessem até adoptar uma metodologia mais expressiva, saindo à rua, incendiando coisas, partindo outras e por aí fora. É claro que, em democracia (dir-me-ão sobretudo os que não têm os problemas financeiros que atingem a esmagadora maioria dos portugueses) a indignação não se manifesta com violência física.
E se não se manifesta com violência física, fica-se confinado a protestos limitados à urbanidade típica dos que, por força das circunstâncias, comem e calam. Até um dia. Sim, que a paciência dos brandos costumes lusos também tem limites. Aliás, por alguma razão se diz que quanto mais as pessoas se baixam, mais se lhes vê o rabo.
É claro que o primeiro-ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arranja sempre maneiras, prenhes de urbanidade, de desviar as atenções dos aumentos constantes do custo de vida que "roubam" o direito a uma sobrevivência digna, e continua a ter estrategemas para nos atirar fumo para a chipala.
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa que existam em Portugal pelo menos dois milhões de pobres e que mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças estejam expostas ao risco de pobreza?
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa o facto de, a seguir à Hungria e à República Checa, Portugal ser o país europeu onde as pensões são mais baixas e seriam precisos em média mais de 110 euros por pessoa para fazer face às despesas domésticas básicas, uma realidade que mais uma vez tem maior incidência nas classes sociais mais baixas?
Ao fim e ao cabo, os portugueses são um povo solitário (mais de meio milhão vive sozinho), ingénuo (ainda acreditam em José Sócrates), lixado e mal e pago (bem mais do que 500 mil desempregados).
São e, pelos vistos, assim vão continuar...
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