O candidato à presidência da República da Guiné-Bissau apoiado pelo PAIGC, Malam Bacai Sanhá, afirmou hoje que a “luta tem de continuar”, depois de ter apresentado condolências às famílias dos dois ex-ministros assassinados ontem.
Em Maio de 2005, altura em que - apesar de contrariados - ainda me deixavam ser jornalista, entrevistei Malam Bacai Sanhá (http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=480948) e fiquei com a convicção de que se tratava de um político sério pelo que, nem sempre concordando, levo em atenção o que afirma.
“A luta tem de continuar e pensamos que a Guiné-Bissau há-de encontrar os seus melhores dias de paz, estabilidade e de concórdia”, defendeu Malam Bacai Sanhá quando foi apresentar condolências às famílias de Baciro Dabó e Hélder Proença, antigos ministros assassinados sexta-feira por homens armados e fardados com uniformes militares. Baciro Dabó era também candidato às eleições presidenciais antecipadas.
Falando na residência de Baciro Dabó, e visivelmente emocionado, Bacai Sanhá, que chegou sexta-feira a Bissau vindo do Senegal, considerou que a morte dos dois políticos faz parte do "destino de Deus"
“É o destino de Deus. Cada um de nos está à espera do seu dia, mas ninguém sabe como e quando é que a morte pode chegar”, afirmou Bacai Sanhá.
Bacai Sanhá lembrou ainda que tanto ele como Baciro Dabó são do mesmo partido, pelo que as divergências políticas não fazem sentido e, sobretudo, pela forma como este morreu.
“Para já somos todos guineenses e (militantes) do PAIGC. Mesmo que tivesse morrido de forma natural tínhamos o direito de vir apresentar as nossas condolências e, nestas situações então, temos mais obrigações de vir cá apresentar as nossas condolências à família para lhe dizer que estamos aqui e a vida tem de continuar”, referiu o candidato do PAIGC.
Malam Bacai Sanhá é o candidato oficial do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), mas Baciro Dabó tinha decidido avançar também como candidato independente.
Os ex-ministros guineenses Hélder Proença e Baciro Dabó, ambos próximos do Presidente “Nino” Vieira, assassinado a 2 de Março, foram abatidos a tiro na sexta-feira em incidentes separados e, segundo um comunicado da Direcção-Geral da Informação do Estado, Hélder Proença liderada a tentativa de golpe “perpetrada por um auto denominado Alto Comando das Forças Republicanas para a Restauração”.
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