sábado, abril 03, 2010

Bembe “confirma” que Cabinda não é Angola

Oito anos de paz em Angola permitiram que houvesse uma mudança de mentalidade das pessoas quanto ao respeito dos direitos humanos. Quem o diz é ex-ministro sem pasta e agora secretário de Estado de Angola para os Direitos Humanos, António Bento Bembe.

A propósito do oitavo aniversário da assinatura do Memorando de Entendimento do Luena, faz amanhã oito anos, o responsável do regime angolano afirmou, em declarações à agência Angop, que durante o conflito armado era impossível falar-se em direitos humanos.

Segundo Bento Bembe, verificaram-se nos últimos oito anos avanços significativos nesta matéria em todos os domínios, com destaque para a aprovação da nova Constituição da República de Angola, que prima pelo respeito pela vida.

A ser verdade o que diz Bento Bembe, fica provado que Cabinda não é Angola. Isto porque o secretário de Estado de Angola para os Direitos Humanos fala de avanços significativos e respeito pela vida humana em Angola. Ora, como o que acontece na colónia angolana de Cabinda (protectorado português até 11 de Novembro de 1975) é exactamente o oposto... é legítimo concluir que Cabinda não é Angola.

"Podemos afirmar que, desde 2002, Angola registou avanços significativos no respeito dos direitos culturais, políticos, económicos, tradicionais, entre outros relacionados com os direitos humanos", salientou Bento Bembe, passando de facto (e, quem sabe?, de jure) ao lado das graves e aviltantes violações dos direitos humanos na colónia de Cabinda.

De acordo com o secretário de Estado, a melhoria das infraestruturas, a construção de escolas e estabelecimentos hospitalares e a livre circulação de pessoas e bens têm contribuído para o surgimento de uma nova cultura relacionada com o respeito pelos direitos humanos.

E se isto que Bento Bembe diz é apenas meia verdade no que a Angola respeita, em relação a Cabinda é totalmente mentira, muito embora o regime angolano, apoiado pelos seus vassalos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, continue a dizer o contrário.

Bento Bembe, atento ao seu papel de súbdito de sua majestade o rei Eduardo dos Santos, ressalvou contudo que "não se pode exigir que Angola respeite na sua totalidade todos os direitos humanos, uma vez que neste país se registou um conflito armado que durou mais de três décadas, e em oito anos é impossível mudar a mentalidade de um povo".

E se é impossível mudar a mentalidade de um povo, ainda mais impossível é mudar a mentalidade de ditadores, de partidos que estão no poder desde a independência, e dos sipaios que chegaram a chefes de posto e depois a ministros e presidentes pelas mãos de alguns lacaios das potências coloniais, como foi o caso de Portugal.

Diz Bento Bembe que é necessário que a população comece a cultivar uma cultura de respeito dos direitos humanos, que se consubstancia na dignificação de todos, combatendo o crime e outros males que afectam o desenvolvimento do país.

Mas como é que isso é possível num país corrupto, num país que tem um presidente não eleito, num país que continua a explorar de forma execrável os habitantes da sua colónia de Cabinda?

3 comentários:

Anónimo disse...

CABINDA LIVRE

CARLOS BRANDÃO

Valdecy Alves disse...

Olá!

Recentemente o Instituto Sangari publicou estudo sobre a violência nos últimos 10 anos no Brasil. Dados alarmantes, que demonstram que a violência que nos assusta no local onde moramos é um fenômeno nacional. O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ALGUMAS REFLEXÕES? QUAL O PAPEL DE TODOS? Leia! Divulgue e deixe seu comentário:
www.valdecyalves.blogspot.com
Veja um vídeo do qual participei comentando sobre a violência na mídia:
http://www.youtube.com/watch?v=ljsdz4zDqmE
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS! Não deixe de seguir o meu blog e assinar o feed.

Anónimo disse...

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O Tratado de Simulambuco foi assinado em 1 de Fevereiro de 1885, pelo representante do governo português Guilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal, e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo e colocou Cabinda sob protectorado português. O tratado foi uma resposta à Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.
No tratado, Portugal compromete-se a:
Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado.
Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país.
A colonização de Cabinda foi assim pacífica. Na altura Cabinda estava separada de Angola apenas pelo rio Congo. O território só se tornou enclave após os acordos celebrados com os belgas, em 5 de Julho de 1913 em Bruxelas, onde foram.
Origem wikipédia livre
Pepino