A Unicef alertou hoje, Dia Internacional de Luta Contra as Minas, que 30 por cento das vítimas de minas terrestres e engenhos explosivos não-detonados (EEND) são crianças, que muitas vezes confundem aqueles engenhos com brinquedos.
Segundo um comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), todos os dias civis em dezenas de países ficam feridos ou são mortos por minas terrestres e restos de outros artefactos bélicos, mesmo depois do final dos conflitos armados.
"As crianças - e em particular os rapazes - são quem tem mais probabilidade de ser atingidas e representam mais de 30 por cento de todas as vítimas de minas terrestres e engenhos explosivos não-detonados, os quais são muitas vezes tomados por brinquedos", informa o documento.
Por outro lado, aproximadamente 60 por cento das baixas causadas só pelos EEND em 2007 eram crianças - das quais 49 por cento eram rapazes, representando as raparigas cerca de 12 por cento do total das vítimas.
As lesões causam muitas vezes deficiências permanentes o que significa que as vítimas precisam de cuidados urgentes e apoio a longo prazo.
Entretanto, em alguns países "a ausência de cuidados médicos e capacidade de reabilitação significa que as crianças não podem ir à escola e, portanto, as suas perspectivas de vida são limitadas".
Em Agosto de 2008 - uma década após a entrada em vigor do Tratado para a Proibição de Minas - estimava-se que mais de 70 Estados - entre eles os lusófonos Angola, Moçambique e Guiné-Bissau - continuavam a ser afectados pelas minas terrestres.
"A Unicef tem trabalhado em acções relativas a minas nos últimos 15 anos, apoiando iniciativas em cerca de 35 países através da prestação de apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento e concretização de projectos relativos a minas, sobretudo na Educação para os Riscos das Minas", informa o comunicado da organização.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância trabalha também com sobreviventes de minas e engenhos explosivos não-detonados e outras pessoas portadoras de deficiência associada, especialmente crianças menores de 18 anos.
"Em 2008, registámos um forte progresso no caminho da eliminação das minas terrestres e fragmentos explosivos. O apoio do público e dos doadores é vital para os nossos esforços em alcançar o objectivo de zero vítimas", defende Max Kerley, director da agência das Nações Unidas para as Minas Terrestres.
Max Kerley, que está no Afeganistão - um dos países mais afectados do mundo por este problema - sublinhou a necessidade de aumentar os esforços para responder a uma estimativa de 473 mil sobreviventes de acidentes com minas.
A Campanha Internacional para Banir as Minas Terrestres (ICBL), que tem uma rede que junta 1.400 organizações não-governamentais em 90 países, aponta novas contaminações com aqueles artefactos no Afeganistão, Colômbia, Gâmbia, Iraque, Mali e Níger, bem como em estados não signatários como a Geórgia, Myanmar e Sri Lanka.
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