O Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (DOCTV CPLP) vai aplicar um milhão de euros em acções de formação, produção e difusão de projectos nos estados-membros.
Se dúvidas existissem, fica agora a saber-se que, afinal, dinheiro é coisa que não falta à CPLP. Não aos estados-membros, mas a muitos dos seus povos a quem continua a faltar a comida, mas essa é uma história que não preocupa a CPLP.
O projecto foi hoje apresentado, em Lisboa, com a presença do ministro da Cultura de Portugal, José António Pinto Ribeiro, o director-geral da CPLP, Hélder Vaz, o director do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), José Pedro Ribeiro, e o presidente da RTP, Guilherme Costa.
Assim sendo, não vai a CPLP dar de comer a quem tem fome, mas vai documentar (eventualmente) que nos seus estados-membros há muita gente que é gerada com fome, nasce com fome e morre pouco depois com fome.
Aprovado na reunião extraordinária dos Ministros da Educação e da Cultura da CPLP que decorreu em Lisboa, em Novembro do ano passado, o I Programa DOCTV CPLP envolve a realização de um concurso internacional para a produção de documentários.
Muito bem. É preciso premiar todos aqueles que, tendo pelo menos três refeições por dia, produzam documentários sobre o que se passa, ou não, na Lusofonia.
Em declarações à Agência Lusa no final da cerimónia de lançamento do projecto, o presidente do ICA explicou que o orçamento de um milhão de euros foi atribuído, em partes iguais, pelos governos de Portugal e do Brasil.
Acho bem. No que toca a Portugal, país que não tem qualquer responsabilidade no que se passa nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, é gratiticante ver que abriu a bolsa em meio milhão de euros.
Hoje, dia do lançamento do programa, é também lançado em simultâneo nos países aderentes o Concurso Internacional de Selecção de Projectos de Documentário, componente principal da iniciativa, que irá receber candidaturas até 21 de Maio de 2009.
De acordo com José Pedro Ribeiro, vão poder candidatar-se todos os realizadores dos países membros da CPLP, mesmo residentes fora do seu país de origem, pois é a nacionalidade que serve de requisito, enquanto que no caso de Macau, pelas suas características, é a residência.
Em Junho de 2010, todos os países-membros irão exibir os seus documentários, "que depois serão também exibidos nos outros países", adiantou o responsável do ICA.
As candidaturas ao DOCTV CPLP são entregues "online" no sítio http://www.ica-ip.pt/. As candidaturas a um prato de pirão, essas terão de esperar que a crise passe. Até lá vão morrendo, mas podem ter a ténue esperança de que a sua morte fica registada num dos documentários patrocinados pela CPLP.
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