sábado, maio 23, 2009

Detergentes, preservativos e (in)formação

Vem este texto a (des)propósito de as campanhas publicitárias de jornais serem, ou não, consideradas anúncios institucionais, como fez a RTP para o “I” e não fez para o “Público”.

Miguel Reis, jurista especialista em direito de media, disse à Lusa considerar que "a publicidade institucional não é uma mensagem destinada a vender um bem, mas sim a promover uma instituição ou a imagem de uma instituição".

Ora, acrescenta aquele especialistas, "o lançamento de um jornal não tem nada de institucional e tem que ter o mesmo tratamento de um detergente ou de um preservativo”, pois os jornais "são empresas jornalísticas" e que "quem lança um jornal é para o vender e ganhar dinheiro”.

Nem mais. Aliás a alusão ao detergente e ao preservativo encaixa com precisão milimétrica em muita (não toda, como é óbvio) da realidade da comunicação social portuguesa.

É evidente que quem tem um jornal é para vender e ganhar dinheiro, nem que para isso use os detergentes para lavar seja o que for, ou os preservativos para jogar pelo seguro e não deixar vestígios.

Goste-se ou não, a comunicação social portuguesa é cada vez mais uma indústria de produção em série, onde alguns fenómenos valorizados durante muitos anos, como a formação, a cultura ou a cidadania já nem sequer aparecem nos rótulos.

Portanto...

1 comentário:

José Leite disse...

Bem visto, boa malha!