"Fui atacado por militares. São os militares. Em carros militares e com fardas novas e falaram-me de assuntos militares. Bandidos não falam de assuntos militares", afirmou hoje, em Lisboa, Francisco Fadul.
O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse hoje à chegada a Portugal, onde se deslocou para tratamentos médicos devido aos ferimentos que sofreu ao ser atacado na sua casa, em Bissau, que vai regressar ao país.
Francisco Fadul recusou a ideia de que a sua estadia em Lisboa seja uma espécie de “exílio” político, sublinhando que voltará à Guiné-Bissau logo que esteja recuperado.
Franciso Fadul foi atacado na sua residência em Bissau, a 31 de Março, após ter acusado em conferência de imprensa o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de estar a revelar atitudes de submissão perante os militares.
Na partida de Bissau, Francisco Fadul reafirmou aos jornalistas a intenção de “processar o governo” da Guiné-Bissau e reiterou ter sido atacado por militares.
Antes de Fadul já a casa do jornalista António Aly Silva fora “visitada” por homens fardados.
No entanto, segundo as teses da comunidade internacional, tudo se resolverá com a realização de eleições. Elas são, segundo esta suicida forma de colocar a questão, remédio para tudo.
Num país em que dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade, de facto serão as eleições a resolver o problema e, é claro, a colocar os militares nos quartéis.
Será que com eleições, e enquanto saboreia várias refeições por dia, Zamora Induta saberá que na sua rua há gente que foi gerada com fome, nasceu com fome e morreu com fome? Claro que não. Até um dia…
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