sexta-feira, abril 03, 2009

MPLA afasta ex-militares da UNITA
que integrara nas Forças Armadas

Falando aos responsáveis do seu partido no Município da Samba, o presidente da UNITA manifestou-se preocupado com o facto de verificar que “companheiros integrados nas Forças Armadas a coberto dos Acordos de Paz, estão a ser afastados dos seus cargos sem explicação plausível e sem obediência às normas estabelecidas nas leis que regulam o funcionamento da instituição que servem”.

É isso aí. Conseguidos os seus objectivos prioritários (matar Jonas Savimbi, pôr de joelhos a UNITA e simular eleições democráticas), o MPLA começou a caça às bruxas.

A limpeza dos angolanos de segunda, os tais a quem Kundi Paihama chamou de kwachas, reflecte apenas o que já se esperava. A UNITA, para deixar de comer farelo, acreditou na ajuda. O resultado já há muito previsível está à vista.

Como alguém dizia no dia 24 de Fevereiro de 2002: «sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Ou seja, morreu o Mais Velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.

Samakuva referia-se aos ex-militares das FALA (que, ao contrário do que agora se diz, não eram só o exército da UNITA. Eram as Forças Armadas de Libertação de Angola), integrados nas Forças Armadas de Angola a coberto dos Acordos de Paz, como pressuposto do Processo de Reconciliação Nacional selado pelo Protocolo de Lusaka e pelo Memorando do Luena.

Estes dois documentos, previam a participação de membros da UNITA no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), extinto após as eleições de Setembro de 2008 e a integração de militares da UNITA nas Forças Armadas de Angola.

O que os protocolos e memorandos previam é letra morta para o MPLA. A UNITA esqueceu um, mais um, dos mandamentos do Mais Velho: a paz só se negoceia quando se tem capacidade para fazer a guerra.

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