A Procuradoria geral sul-africana (NPA) anunciou hoje que vai arquivar o processo por corrupção contra o presidente do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), Jacob Zuma. Poderá este caso ajudar Portugal a resolver alguns casos de campanha negra?
Não consta, mas é possível que tenha havido pressões, eventualmente do ministro da Justiça para, por interposta pessoa (sim, directamente o Governo não faz pressões), arquivar o processo.
«Não é possível, nem desejável para a NPA continuar o processo contra Zuma», disse o procurador-geral, Mokothedi Mpshe, numa conferência de imprensa na sede da NPA em Pretoria.
Não sei se o caso sul-africano poderá fazer jurisprudência noutras latitudes, mas se calhar a Procuradoria Geral de Portugal poderia adoptar a mesma técnica.
Mpshe explicou, numa longa alocução que incluiu a leitura de passagens de escutas telefónicas entre procuradores e investigadores, que o processo-crime contra Zuma foi irreversivelmente manchado por interferências políticas de protagonistas ligados às "facções" Zuma e (Thabo) Mbeki (ex-Presidente da República) e que muitas das decisões tomadas no caso constituiram abusos processuais e manipulações que não servem os interesses da Justiça.
Ora aí está mais um bom argumento para ser adoptado pelos portugueses, a bem da Nação e certamente para aniquilar todas as campanhas negras.
O procurador-geral afirmou que esta foi "uma das mais dificeis decisões que jamais teve de tomar" e concluiu que não lhe restou outra alternativa, no interesse da Justiça e da defesa da Constituição, senão arquivar o processo contra Zuma, pondo fim a oito anos de inquérito a menos de três semanas das eleições gerais.
Jacob Zuma, que é o candidato presidencial do Congresso Nacional Africano (ANC) e, como tal, o provável futuro chefe do Estado e do governo depois das eleições de 22 deste mês, enfrentava acusações de fraude, corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa.
1 comentário:
não terá a Procuradoria geral sul-africana adoptado o modelo português???
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