O secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, afirma que Governos de países europeus vigiam o trabalho dos jornalistas do Velho Continente, o que, segundo a sua opinião, "põe em perigo" o importante papel que esses profissionais desempenham na democracia.
White defendeu que se generalizou na Europa a vigilância por parte das autoridades policiais de contas de e-mail e de ligações telefónicas de profissionais de comunicação sob o pretexto da segurança nacional e da luta contra o terrorismo.
E se fossem só as autoridades policiais...
Numa conferência de Imprensa realizada por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que domingo se celebra, o secretário-geral citou, concretamente, Dinamarca, Itália, Reino Unido e Alemanha, embora tenha dito que essa é uma tendência com registos em toda a Europa.
Portugal, ao que parece, escapou a esta análise, mau grado multiplicarem-se as queixas dos donos de poder político contra os jornalistas que restam, para já não falar das pressões e ameaças dos donos do poder económico.
Além disso, Aidan White acrescentou que os meios de comunicação europeus enfrentam vários desafios, como a crise económica, as mudanças na forma de transmitir e receber a informação e a queda na venda de jornais.
Para White, estão a ocorrer "mudanças históricas" no mundo da imprensa que devem servir para "restaurar o papel dos meios de comunicação europeus" e, desse modo, "evitar que as democracias sofram um dano real".
Creio contudo, e no caso português, que a democracia formal de cariz político está refém da ditadura económica e que, por isso, os danos no sistema político são irreversíveis e ameaçam escancarar as portas a uma qualquer ditadura política.
Aidan White disse também que, em todo o mundo, os Governos caem na "hipocrisia, na censura e na negligência", já que assumem compromissos e declarações para garantir a liberdade de imprensa que, finalmente, não cumprem.
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