O secretário-geral do PS (Portugal), José Sócrates, classificou hoje as agressões a Vital Moreira (foto) como "uma vergonha para a nossa democracia" e instou o PCP a condenar os incidentes e a pedir desculpa ao PS.
Tem razão. É uma vergonha. Não para a democracia porque esta é algo que cada vez está mais distante dos portugueses, mas para uma sociedade civilizada, também ela a afastar-se dos cidadãos que, por força das circunstâncias, começam a pensar mais com a barriga do que com a cebeça.
"O que aconteceu foi um incidente absolutamente lamentável de sectarismo baseado num ódio ao PS", disse José Sócrates em Melgaço, à margem de uma visita à Feira do Alvarinho e do Fumeiro.
Aqui (como em muitas outras coisas) Sócrates não tem razão. É que, de uma forma geral, se todos aqueles que odeiam este PS resolvessem andar à estalada, nenhum dos actuais dirigentes e candididatos socialistas saía à rua.
"Foram os militantes do Partido Comunista que insultaram os dirigentes do PS e isso não tem acontecido apenas agora, tem acontecido ao longo dos últimos quatro anos. O que o Partido Comunista achou que devia fazer ao longo destes quatro anos foi uma campanha de fomento de hostilidade ao PS e isso depois resulta no que resultou. Eu próprio já fui vítima desses insultos por parte do Partido Comunista", afirmou Sócrates.
Atirar todas as culpas para o PCP não ma parece justo. De facto, em todos os partidos – inclusive no PS – não falta gente com vontade de dizer algumas verdades e, se a ocasião der uma mão, até chegar a roupa ao pelo aos dirigentes do actual PS, tantas são as injustiças cometidas.
José Sócrates defendeu ainda que PCP devia pedir desculpa ao PS: "Não lhe caíam os parentes na lama se o fizesse", argumentou. É verdade. Mas também é verdade que se a regra se aplicasse ao PS, os socialistas não fariam outra coisa do que pedir desculpa aos portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS).
Como diz o secretário-geral do PS, "o que se passou merece censura de todos os democratas". Merece, embora este PS não tenha autoridade moral para querer dois pesos e duas medidas, consoante se trate de portugueses de primeira, os seus, ou de segunda, todos os outros.
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