domingo, maio 09, 2010

400 mil visitas e 3 731 textos publicados

Ao fim de 3 731 mensagens o Alto Hama atingiu as 400 mil visitas. Cabe, por isso, agradecer a todos os que, regularmente ou não, por aqui vão passando.

Agradeço aos poucos que me estendem a mão sempre que tropeço numa pedra; também aos, certamente ainda menos, que fazem o favor de tirar as pedras antes de eu passar; bem como aos que não se cansam de atirar pedras e esconder... a pata. Todos são importantes.

Dizer o que penso ser a verdade continua a ser (aí vêm mais umas tantas pedras) um dos melhores predicados que sigo, se bem que na maior parte das vezes apenas sirva para me criar dores de cabeça e pôr a barriga (ainda) mais vazia.

Aqui pelo Alto Hama a minha liberdade é (quase) total. E é só quase total porque melhor do que pensar (e escrever) livremente é pensar (e escrever) com rectidão, é ter a noção de que a minha liberdade termina onde começa a dos outros. Nunca esquecendo, contudo, que a dos outros (mesmo que sejam os donos do poder) termina onde começa a minha.

Em Angola, onde nasci em 1954 e vivi até 1975 (por muito que isso custe a acéfalos e inéptos desta e de outras praças), aprendi que devo ser o que sou e não o que os outros querem que eu seja... mesmo quando vão subindo o preço da compra.

Tem sido uma tarefa complicada, tão forte é a pressão dos que nos querem acéfalos, autómatos e, como se isso não bastasse, invertebrados também.

É claro que entre as ruas do Bairro de Benfica (foi aí, junto à Escola Primária, que a parteira Maria de Lupes me deu uma mão) da então Nova Lisboa e a cidade Alta (a terceira rua à direita a seguir ao Colégio das Madres, a caminho do aeroporto, foi a última etapa de um sonho) fui aprendendo outras coisas que ainda hoje continuam válidas.

No Liceu Nacional General Norton de Matos (que saudades Professora Dorinda Agualusa, que saudades!) aprendi coisas que estão arquivadas no disco duro da memória e outras que estão on line. Todas me ajudam a compreender que só é derrotado quem deixa de lutar.

Entre dias sem pão e pão sem dias, lá fui e lá vou (assim dizia João Charulla de Azevedo) projectando o melhor, esperando o pior e aceitando de ânimo igual o que Deus quiser.

Mas o que mais conta é que, salvo retoques externos de embalagem, continuo no essencial a acreditar no (im)possível. É por isso que a luta continua porque... ninguém nos cala.

E se calarem alguns, outros estão prontos para a luta, por muitas que sejam as pedras ou as facadas... nas costas.

3 comentários:

Anónimo disse...

Dr. Orlando Castro, parabens, continue a sua luta pela verdade.
Não se esqueça, que já terá muitos amigos, e por isso, não desista de lutar.
Quanto ao pão!!, cá estaremos todos se for necessário.
VIVA A LIBERDADE
CARLOS BRANDÃO

Anónimo disse...

AHH Grande Orlando!!! Se os portugueses fossem todos assim!
Estou todos os dias deste lado para ler e divulgar a sua mensagem. Mesmo que queiram matar o mensageiro, há sempre uma "brecha" para o encontrar. Eu encontrei-o aqui!
Coragem na sua aposta de corpo e alma, no Bom Combate!
Tenho orgulho de ter um compatriota e amigo como o Orlando.
A Verdade acima de tudo!
Viva a Liberdade, ainda que tenhamos de vasculhar ávidamente no meio de tanta escravatura.
Obrigada e Parabéns Orlando!

Anónimo disse...

Sou um daqueles que já te atirou pedras,lá por outras bandas que não esta.Possivelmente voltarei de chifuta na mão quando achar que a tua verdade não é a minha."Quem diz o que quer ouve o que não gosta".Estive e estou ainda muitas vezes do outro lado do imbondeiro no que respeita á nossa terra, à dipanda ao antes e ao depois.Todavia tenho muito orgulho de ter um patricio que tem a nobreza de um rei e o carater de um gladiador.É a este homem que eu faço a minha vénia,na certeza infeliz de que poucos há assim.Apesar de já teres (como eu)mais passado que futuro, não te acomodaste, não dobraste a cervical com o peso da prostituição jornalistica tão em voga por aqui e por lá.Não engoliste os sapos que te misturaram no pirão para ver se pela fome.... nem nenhum sapo te engoliu, apesar da boca grande.
Abraço.
PS Quanto aos adjectivos que normalmente usas para classificar JES & companhia lda, para desgraça de todos os angolanos(menos os quarenta)razão é que não te falta.
Manuel Cativa