O vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Ricardo Rodrigues, ficou (meteu ao bolso, furtou, roubou) com dois gravadores dos jornalistas da revista Sábado durante uma entrevista. A revista apresentou uma queixa por furto e atentado à liberdade de imprensa e informação. É, mais uma vez, o Portugal socialista no seu melhor!
Questionado sobre as suas ligações a um antigo processo de burla nos Açores e a casos de pedofilia, o deputado terminou bruscamente a entrevista e levou os dois gravadores consigo.
É, mais uma vez, o Portugal socialista no seu melhor! Ou, citando o primeiro-ministro do reino, José Sócrates, mais uma demonstração inequívoca de que em Portugal não há falta de liberdade... para afanar os gravadores dos jornalistas.
Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS (de que outro partido poderia ser?), explicou que “tomou posse”, de forma “irreflectida”, de dois gravadores da revista Sábado, durante uma entrevista, porque foi exercida sobre ele uma “violência psicológica insuportável”.
Ora aí está. A partir de hoje a criminalidade em Portugal nunca mais será a mesma. Quando um carteirista for apanhado só terá de dizer que “tomou posse”, de forma “irreflectida”, da carteira da vítima.
Numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas (que pelo sim e pelo não mantiveram os gravadores a uma distância segura, não fosse haver mais alguma “irreflectida tomada de posse”), o deputado Ricardo Rodrigues anunciou que, na passada segunda-feira, apresentou no Tribunal Cível de Lisboa uma providência cautelar contra a revista Sábado e dois jornalistas da mesma publicação.
A entrevista, realizada a 30 de Abril, acabou por ser interrompida por Ricardo Rodrigues, que, antes de abandonar a sala, furtou (ou, segundo a terminologia socialista, “tomou posse”) os dois gravadores digitais dos jornalistas.
Na Assembleia da República, o deputado socialista, acompanhado pelo líder parlamentar, Francisco Assis, e por um outro membro da irecção do grupo, Sérgio Sousa Pinto, justificou a sua “tomada de posse” (não como deputado mas como tomador de posse de gravadores) pelo “tom inaceitavelmente persecutório” das perguntas e pelos “temas e factos suscitados, falsos e mesmo injuriosos”.
Em causa, apontou, estavam perguntas relacionadas com a sua “alegada cumplicidade” com clientes que “patrocinou” enquanto advogado e que “foram condenados relativamente a factos de 1997”. E ainda “injúrias e difamações que estão a ser julgadas no Tribunal de Oeiras”, em que são réus a SIC, a SIC/Notícias e o jornalista Estevão Gago da Câmara.
“Porque a pressão exercida sobre mim constituiu uma violência psicológica insuportável, porque não vislumbrei outra alternativa para preservar o meu bom nome, exerci acção directa e, irreflectidamente, tomei posse de dois equipamentos de gravação digital, os quais hoje são documentos apensos à providência cautelar”, justificou.
E é graças também a esta original forma de “tomar posse” do que é dos outros, que Portugal, desceu do 16º lugar, em 2008, para o 30º, em 2009 em matéria de liberdade de Imprensa.
E não tardará muito que o Portugal socialista adopte as mesmas regras da Guiné Equatorial, país que o ano passado ensinou o que é a liberdade de Imprensa mandando quatro meses para a choldra o único correspondente estrangeiro que por lá andava.
E é graças também a esta original forma de “tomar posse” do que é dos outros, que Portugal, desceu do 16º lugar, em 2008, para o 30º, em 2009 em matéria de liberdade de Imprensa.
E não tardará muito que o Portugal socialista adopte as mesmas regras da Guiné Equatorial, país que o ano passado ensinou o que é a liberdade de Imprensa mandando quatro meses para a choldra o único correspondente estrangeiro que por lá andava.
1 comentário:
Deputado “furtou” gravadores de jornalistas.
De que partido? Dos chuchalistas!...
(Desculpem-me esta sorte,
nestas situações tenho uma pronúncia do Norte.)
Agora que tem amigos ajudados por sucateiros,
e depois de ter votado a favor dos paneleiros,
ele já tem o curriculum desejado
para ser nomeado para um alto cargo pelo Estado
(a que chegaram as coisas na cultura nacional).
Ninguém levaria a mal
se fosse empossado
como Presidente-Governador do Banco de Portugal,
porque como está o balanço
só no gamanço
poderemos arranjar dinheiro
para pagar as dívidas ao estrangeiro.
Depois, no Dia da Liberdade,
seria condecorado pela inteligência e dedicação
e pela elevada experiência e capacidade
para servir-se e servir a Nação.
Senhores jornalistas,
cuidado com os gravadores e com as carteiras
quando ouvirem deputados chuchalistas
com conversas hospitaleiras.
Consulino Desolado
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