“E não há dúvida nenhuma de que, aconteça o que acontecer, a imprensa, uma imprensa livre, continuará a ser um dos grandes pilares da democracia”, afirmou María Teresa Fernández de la Vega, na abertura do Congresso Mundial de Jornalistas “La Pepa 2012”, que decorre até amanhã em Cádis, Espanha.
Por outro lado, diz (ou dizia) uma regra fundamental do Jornalismo que se o jornalistas não procura saber o que se passa é um imbecil, e que se sabe o que se passa e se cala é um criminoso.
Vem isto a propósito do facto de o Tribunal Cível de Lisboa ter decidido manter a proibição de o semanário Sol publicar "conversas ou comunicações telefónicas" em que Rui Pedro Soares tenha participado.
A decisão do Tribunal Cível de Lisboa surge como resultado da providência cautelar apresentada pelo ex-administrador da PT após a publicação, a 5 de Fevereiro, de resumos de escutas do processo "Face Oculta", que – cito o Diário de Notícias, “alegadamente referem um plano para controlo de órgãos de comunicação social com conhecimento do Governo”.
O despacho, a que o DN teve acesso, considera que, ao contrário do que pretendia o autor da providência cautelar, as transcrições das escutas publicadas pelo semanário, extraídas do processo "Face Oculta", "não respeitam à vida íntima e privada" de Rui Pedro Soares.
Ao que me parece, os jornalistas do Sol não podem – no mínimo – ser considerados nem imbecis nem criminosos. Procuraram saber o que se passava e não se calaram.
Creio, por isso, que neste âmbito mostraram que a imprensa livre é de facto um pilar da democracia. O problema está quando, como parece ser também um facto em Portugal, a democracia não existe, ou existe de forma coxa e apenas formal.
Basta, aliás, recordar que até existe um deputado que rouba gravadores aos jornalistas, no caso Ricardo Rodrigues, do Partido Socialista, vice-presidente do Grupo Parlamentar e membro do Conselho Superior de Segurança Interna de Portugal.
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