O candidato presidencial Fernando Nobre criticou hoje as medidas de austeridade do Governo socialista e José Sócrates e apoiadas pelo PSD, considerando – tal como a esmagadora maioria dos cidadãos - que penalizam os portugueses mais pobres (20% da população) e os que estão ligeiramente acima do limiar da pobreza (mais 20%).
Recorde-se aos poucos que têm milhões, já que os milhões que têm pouco sabem disso muito bem, que Portugal tem cerca de 20% a sua população a viver na miséria, outros 20% que olham todos os dias para os pratos quase vazio e 700 mil desempregados.
"Ninguém questiona a necessidade de o país adoptar medidas correctivas, o que me questiono é sobre temas específicos como a questão da não existência de uma discriminação positiva ao nível do IVA e do IRS", disse Fernando Nobre, mostrando que a sua formação humanitária.
O candidato presidencial, que hoje inaugurou a sua primeira sede de campanha, em Leiria, defende que os portugueses que ganham menos de 700 euros (o que significa, apesar de tudo, que têm emprego) não devem sofrer qualquer penalização em matéria de IRS, propondo ainda um corte de 10 por cento nos salários superiores a 10 mil euros.
Depois de vários anos a mentir aos portugueses através de uma estratégica de marketing polícito em que vendeu gatos por lebre, o Governo português, so socialista José Sócrates, anunciou na quinta-feira um conjunto de medidas de austeridade para acelerar a redução (sobretudo pela vertente dos impostos) do défice para 7,3 por cento em 2010 e 4,6 por cento em 2011.
Entre as medidas, negociadas com o PSD, estão o aumento das três taxas do IVA em 1 ponto, a criação de uma taxa extraordinária sobre as empresas com um lucro tributável acima de dois milhões de euros de 2,5 por cento e a redução de 5 por cento nos salários dos políticos, gestores públicos e membros das entidades reguladoras.
Por outro lado, Fernando Nobre advoga que não deveria ser agravado o IVA nos produtos de primeira necessidade, uma vez que este aumento de cinco para seis por cento penalizará a população mais pobre.
Tratando-se esta de uma medida que de facto penaliza a esmagadora maioria dos portugueses, os mais pobres, o Governo pretende cada vez mais ensinar os cidadãos a viver sem comer.
"Não nos podemos esquecer que Portugal tem 18 por cento de pobres e que outros 20 por cento estão ligeiramente acima do limiar da pobreza", disse Fernando Nobre apontando números que, a todo o momento, terá de corrigir.
Na opinião de Fernando Nobre, estas medidas penalizam uma percentagem significativa da população portuguesa que vive de forma remediada. Já não vive, de facto. Ainda vai mascarando a situação, mas ser remediado é cda vez mais um luxo.
Já relativamente ao corte de cinco por cento nos salários dos políticos, gestores públicos e membros das entidades reguladoras, Fernando Nobre considera que é insuficiente, defendendo que este corte deveria ser de pelo menos dez por cento, para que fosse dada uma mensagem mais motivadora aos portugueses.
Recorde-se que, por exemplo e entre muitos outros, os 3,1 milhões euros que António Mexia (presidente executivo da EDP) arrecadou significam que ganhou em cada mês 25 anos de salário médio de cada português.
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