José Sócrates, secretário-geral do PS às segundas, quartas e sextas, prestou hoje homenagem aos membros das associações cívicas que ao longo das últimas décadas, em circunstâncias que considerou extremamente difíceis, lutaram contra as discriminações sociais e pelos direitos dos cidadãos homossexuais.
É assim mesmo. Aliás, como o próprio reconheceu, fica tudo em família já que, ao longo dos tempos, sempre foi uma nobre causa da família socialista.
José Sócrates falava no Museu do Oriente, em Lisboa, durante a sessão de apresentação de uma colectânea de textos sobre as posições do PS em defesa da lei do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, intitulada “Uma lei a favor de todos”.
Não creio, contudo, que possa um dia existir uma colectânea de textos sobre as posições do PS em matéria de desempregados em Portugal, hoje cerca de 700 mil.
É que gays existem no PS... mas desempregados não!
Na sessão, que também assinalou a publicação hoje em Diário da República da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, José Sócrates enalteceu a luta dos activistas dos direitos dos cidadãos homossexuais.
Para mim, educado no sentido em que a minha liberdade termina onde começa a dos outros e, é claro, que a dos outros termina onde começa a minha, cada um pode comer do que quiser, desde que o faça em consciência e em liberdade.
É por isso que, quando olho para Portugal, vejo um país que ao fim de trinta e tal anos de suposta democracia ainda não conseguiu ser, ou aproximar-se, de um Estado de Direito. E é por isso que, na minha opinião, o que não é normal em Portugal é ser normal.
A mais esta vitória do PS seguir-se-á certamente a legalização de outras coisas que há muito fazem parte da sociedade portuguesa, tais como a prostituição, a chulice, o parasitismo, a subserviência, os roubos, a xenofobia, o aborto, a pedofilia etc. etc..
Pedro Silva Pereira, Ministro da Presidência, diz que a intenção é acabar com uma “discriminação social”, representando isso um “grande avanço na sociedade portuguesa”. E que avanço, digo eu!
A adopção fica de fora, para já, desta alteração legislativa. Silva Pereira precisou que adopção não consiste em “satisfazer um direito dos adoptantes”, mas “da realização do interesse das crianças”.
Embora sejam poucas, muito pouca, as vezes que concordo com as teses da Igreja Católica, concordo agora com o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Morujão, que disse estar-se na presença de uma “certa engenharia ideológica” para reinventar “uma estrutura milenária que deve ser melhorada e actualizada, mas mantida na sua identidade estrutural”.
Concordo, já agora, também com o presidente da CEP, Jorge Ortiga, que condena o que classifica como uma “verdadeira campanha ideológica” para legalizar as uniões homossexuais e que já levou à “banalização” do aborto.
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