O Ministério das Relações Exteriores (MIREX) de Angola afirmou hoje desconhecer que um navio chinês com armamento para o Zimbabué impedido de atracar na África do Sul e em Moçambique tenha como destino portos angolanos.
Em declarações à Agência Lusa em Luanda, o director da Divisão África e Médio Oriente do MIREX, Mário Feliz, disse não ter a "mínima informação" sobre a viagem do navio chinês para Angola.
A informação de que Angola é o destino do navio de pavilhão chinês foi dada domingo pelo ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano, Paulo Zucula, à agência noticiosa Reuters, depois de Moçambique e a África do Sul terem impedido a embarcação de atracar em portos nacionais.
A cadeia televisiva norte-americana CNN avançou por seu lado que, segundo o Departamento Sul-africano de Transportes, o navio tem como destino o porto de Luanda.
Não compreendo a razão que levou a África do Sul e Moçambique a tomarem tal posição. É que, convenhamos, a democracia que Robert Mugabe quer implantar no Zimbabué precisa desse equipamento “humanitário” como os pobres de pão para a boca.
Tanta confusão por uns meros seis contentores com milhões de munições de vários calibres, com predominância do utilizado nas espingardas automáticas AK-47, RPG (morteiros com auto-propulsão) e granadas de morteiro?
Creio, aliás, que o navio em questão também não vai parar em Angola, seguindo de regresso à base embora, digo eu, com os contentores vazios já que, segundo aqui o Alto Hama, a carga já tinha sido descarregada na África do Sul quando a bronca foi accionada.
Os protestos sul-africanos, o “não” de grande amigo de Mugabe (Armando Guebuza) e mais que certo “não” de outro grande amigo de Mugabe (José Eduardo dos Santos) não passarão de uma encenação articulada com o presidente do Zimbabué que, nesta altura, já tem esse equipamento “humanitário” a defender a democracia nas ruas de Harare.
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