O Estado português, Governo, partidos (alguns), deputados e bancos, continua a ser o dono da verdade. Para dar um ar de candura, escondeu o gato mas deixou o rabo de fora. Não assume isso porque não tem necessidade. Os seus capatazes lá estão, lá continuam, nos sítios certos. Disso não tenho dúvidas.
O Estado (socialista na circunstância), sabe tudo e nunca tem dúvidas. Só falta dizer que tudo isso é a bem da Nação.
No que ao Jornalismo concerne, aí tem cérebros que metem no bolso qualquer especialista do… Burkina Faso.
Os Jornalistas (se é que essa espécie ainda existe) não se podem opor a “modificações formais introduzidas nas suas obras” pelos seus superiores hierárquicos, mesmo que estes tenham surgido das mais aviltantes e putrefactas sarjetas.
Essa coisa do direito à liberdade de criação e do direito à liberdade de expressão é algo, convenhamos, que não se encontra nas sarjetas onde muitos deles fizeram a sua formação.
Ainda bem que, no caso deste blogue, o caso não se coloca. Pelo menos por enquanto. Sim. Por enquanto.
Traduzindo a ideia dos especialistas do Burkina Faso, perdão, do Estado português, é possível ao capataz pôr tudo do avesso e atribuir essa estratégia a um autor que, afinal, nada tem a ver com a questão. Ou seja, poderia neste texto substituir Burkina Faso por EUA. Estão a ver?
Tudo isso poderia, ou poderá, ser feito porque o Estado concede expressamente à estrutura hierárquica da redacção a faculdade de alterar, sem consentimento do autor, os trabalhos originais criados, desde que aquela invoque, "designadamente", "necessidades de dimensionamento (...) ou adequação ao estilo" do órgão de informação.
Por outras palavras, por uma questão de “dimensionamento” passavam o Burkina Faso (duas palavras com muitas batidas) para EUA (palavra exacta para a dimensão desejada).
No protesto do Sindicato dos Jornalistas (que na altura também assinei) lia-se que será “posta em causa a relação de confiança entre o jornalista e as fontes de informação”, que será legitimada a “amputação de obras à revelia do autor, com a consequente eliminação de partes fundamentais das peças, incluindo de depoimentos vitais à compreensão do seu contexto”, etc. etc..
Em síntese, e por uma questão de “adequação ao estilo” deste blogue, será possível (quase) tudo, desde adulterar até manipular, passando pela censura e terminando na nova regra de ouro: comer e calar.
(Texto aprovado pelo “Conselho de Redacção aqui do Alto Hama”)
Em síntese, e por uma questão de “adequação ao estilo” deste blogue, será possível (quase) tudo, desde adulterar até manipular, passando pela censura e terminando na nova regra de ouro: comer e calar.
(Texto aprovado pelo “Conselho de Redacção aqui do Alto Hama”)
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