Os líderes da África Austral vão reunir-se, depois de amanhã, na Zâmbia para analisar a situação no Zimbabwe. Os membros da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) temem que a situação se torne incontrolável e o país entre numa onda de violência.
Preocupado com a posição de Robert Mugabe que, segundo observadores da União Africana, terá dito que "daqui não saio, daqui ninguém me vai tirar", também o líder da Oposição e virtual presidente, Morgan Tsvangirai, está em viagem por alguns países da região, pedindo ajuda para - diz - evitar o "caos que ameaça o Zimbabwe".
O presidente do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) visitou a África do Sul (onde se realizam manifestações a favor da democracia no Zimbawe) e dos encontros com o líder do partido que governa o país, o ANC, Jacob Zuma, terá resultado a promessa de ajuda no sentido de convencer Mugabe a aceitar os resultados das eleições, quer os conhecidos (Parlamento), quer os anunciados para a próxima segunda-feira (presidência).
A situação no Zimbabwe está, contudo, a dividir os países africanos, sobressaindo os que consideram legítimo o apego ao poder de Robert Mugabe. Tanto Moçambique como Angola consideram que a comunidade internacional não deve pressionar o actual presidente.
É natural, segundo vários analistas africanos, que, por razões de uma longa amizade entre a ZANU-PF, a FRELIMO e o MPLA, todos no poder desde a independência, Moçambique e Angola vejam com desgosto a eventual saída de Mugabe.
Embora fontes europeias mantenham a tese de que Mugabe aceitou deixar o poder, indo ou não para o exílio (poderá ficar no país como aconteceu com Ian Smith), o certo é que ele continua a fazer tudo para continuar como presidente.
Não só exigiu a recontagem dos votos para o Parlamento e para a presidência, como ordenou à Polícia a prisão de membros da Comissão Eleitoral e dos poucos brancos que ainda mantêm fazendas no país.
Entretanto, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, mostrou-se "muito preocupado" com os atrasos na publicação dos resultados eleitorais no Zimbabwe e avisou que a população local quer "mudanças" no sentido da democracia e da liberdade.
Durão Barroso recorda que os 27 países da União Europeia têm acordos de cooperação para o desenvolvimento do Zimbabwe e que, apesar da situação no país, foi mantida uma "ajuda directa" aos cidadãos que totalizou 87 milhões de euros em 2007.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
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