Duas médicas do Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos (Porto, Portugal), recusaram atender uma criança de quatro anos, com base numa aparente incorrecção burocrática da própria unidade de saúde. Após a revolta e a insistência da mãe da menina, uma das médicas acabou mesmo por examinar a criança. "Disse-me que não era obrigada a atender a minha filha e que só o ia fazer por pena", relatou, indignada, Salomé Castro.
Caricato: tinha sido no próprio hospital que Salomé Castro tinha recebido uma carta, no domingo, com a indicação de que deveria deslocar-se, ontem à tarde, à unidade de saúde, para que a filha fosse examinada.
Caricato: tinha sido no próprio hospital que Salomé Castro tinha recebido uma carta, no domingo, com a indicação de que deveria deslocar-se, ontem à tarde, à unidade de saúde, para que a filha fosse examinada.
Tudo começou, então, no domingo. Com a filha doente, Salomé Castro deslocou-se ao SASU de Matosinhos. Ali, diagnosticaram à menina problemas respiratórios, presumivelmente ligados a um princípio de pneumonia. Após um primeiro tratamento, a criança foi enviada para o Hospital de Pedro Hispano.
"Entrou para a Urgência, mas como ao domingo não há Urgência pediátrica, passou para o Internamento", recordou Salomé Castro.
A menina fez um raio-x e análises ao sangue, cujos resultados demorariam algumas horas, porque a máquina avariou e teve de ser reparada. Segundo Salomé Castro, pouco depois das 21 horas, foi-lhe comunicado que os resultados não indiciavam nada de grave e que a filha poderia ir para casa, devidamente medicada. Salomé Castro recebeu também uma carta com a indicação de que deveria regressar à Urgência do Pedro Hispano, ontem à tarde, para que a menina fosse examinada, de forma a analisar a evolução do seu estado de saúde.
Nessa carta, foi escrito o nome da médica que iria atender a criança. E terá sido isso que desencadeou a confusão. "Vi um certo alvoroço, pessoas de um lado para o outro e uma médica, muito indignada, disse-me que era abusivo o nome dela estar na carta e que nem estava no Apoio Pediátrico Permanente (APP)", contou Salomé Castro. Se a médica cujo nome estava na carta recusou atender a menina, também a médica que de facto estava no APP agiu de igual forma, alegando que não tinha sido avisada daquela situação. E porque não era o seu nome que estava na carta.
Bastante nervosa, Salomé Castro não arredou pé do hospital. A médica que se tinha recusado primeiro acabou mesmo por atender a menina, mas dizendo que só o fazia "por pena", uma vez que não era obrigada a examiná-la.
Contactado ao final da tarde pelo JN, o Hospital de Pedro Hispano remeteu para hoje eventuais esclarecimentos sobre a situação.
Fonte: Jornal de Notícias(Portugal)/Hugo Silva
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