O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, está na capital zambiana, Lusaka, para participar na Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que deverá (deveria) analisar a situação no Zimbabué.
Bem acompanhado para uma cimeira desta importância (além do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Bernardo de Miranda, levou também a mulher), Eduardo dos Santos deverá com certeza falar da experiência democrática que Angola (não) tem.
Curiosamente, ou talvez não, Angola preside ao órgão Político de Defesa e Segurança da SADC que coordena as equipas que supervisionam eleições nos países membros, tendo coordenado as eleições que decorreram em 29 de Março no Zimbabué.
Não está nada mal. Angola a supervisionar eleições? Claro! Quem melhor o poderia fazer? Luanda, para além de ter levado ao Zimbabué toda a sua experiência na matéria, aproveita também a aprender com os erros dos outros.
Ou seja, a não cometer nas eventuais eleições de Setembro os mesmos erros que Robert Mugabe e a Zanu cometeram. Por outras palavras, ter arte mestria na forma de viciar os votos e não, como aconteceu no Zimbabué, deixar o assunto na mão de amadores.
Aliás, com o apoio internacional que o petróleo compra, Angola pode abrir as portas a todos os observadores que lá queiram ir, sem temer que algum venha a pôr em causa a democraticidade e transparência das eleições, se as houver.
Prova do profissionalismo do MPLA nesta matéria é, desde já, visível quer na forma como promove os seus feitos nos areópagos da política internacional, quer como anula as iniciativas dos seus principais adversários.
Aliás, os contactos que os seus operacionais estão a fazer na Europa, nomeadamente em Portugal, mostram a preocupação do MPLA em somar pontos no dossier da credibilidade internacional. Gigantescas operações de charme estão já em marcha, com dólares a correm a rodos pelos meios promocionais.
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