As Nações Unidas têm de vez em quando de dizer alguma coisa sobre a Guiné-Bissau. Por regra, hoje de novo confirmada, reconhecem "grandes progressos" na consolidação da paz, mas encorajam as autoridades a continuar com os esforços.
Foi isso que, mais uma vez a ONU disse, desta feita pela voz de Maria Luiza Viotti, chefe da missão da Consolidação da Paz, e que lidera a equipa que chegou domingo a Bissau para finalizar o plano estratégico para a consolidação da paz no país, tendo reunido hoje com o governo guineense.
Em declarações à imprensa a saída da reunião, Viotti afirmou que o ambiente geral na Guiné-Bissau "é francamente melhor" sobretudo com a marcação da data das próximas eleições legislativas, previstas para 16 de Novembro.
Ora aí está. Basta marcar eleições que o ambiente fica logo melhor. Veja-se, por exemplo, o caso do Zimbabué.
"Foram feitos muitos progressos, há um ambiente de estabilidade, mas é preciso que isso se mantenha. As eleições já estão marcadas o que será um marco muito importante para a consolidação da democracia", disse Maria Luiza Viotti.
Dizer que em África marcar, ou até mesmo realizar, eleições é “um marco muito importante para a consolidação da democracia” é arriscado. Mas certamente que esta brasileira sabe do que fala…
Sobre a reunião com o Governo, a responsável da ONU disse que saiu com "maior informação" sobre a Guiné-Bissau o que lhe dará "maior confiança" para prosseguir com as consultas às diferentes sensibilidades no país.
Luiza Viotti disse também que irá aproveitar os dias da presença da missão na Guiné-Bissau para contactar com a realidade, só depois é que estará em condições de deixar as suas recomendações às autoridades.
De acordo com o plano apresentado pelo Governo guineense à ONU, as prioridades para a consolidação da paz na Guiné-Bissau passam pela reforma da administração pública e pela consolidação do Estado de Direito, pela reforma do sector da Defesa e segurança e pela promoção da formação técnico-profissional e ainda pela criação de emprego jovem.
Também o plano do Governo é sempre o mesmo, mudando eventualmente a ordem dos factores. Aliás, se o país é o mesmo, se mantém os mesmos problemas mesmo trocando de ministros, não admira.
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