Os secretários para a Informação, Administração e Finanças da Delegação Municipal da UNITA no Lobito, província de Benguela, Feliciano Sakuendela e Jorge Visseque, respectivamente, ingressaram agora no MPLA.
Novidade? Não. Nenhuma. Para além de ser um fenómeno normal, é legítimo que cada um troque de camisola consoante as condições dadas. Acresce que quem está no poder desde 1975 tem tudo e mais alguma coisa para “comprar” adversários.
Também não são novidade as razões apresentadas pelos dissidentes, embora devam constiuir motivo de análise, se é que a UNITA pretende de facto ser alternativa.
Em declarações a Angop, à margem da cerimónia de ingresso, os dois ex-dirigentes disseram que abandonaram a formação política liderada por Isaías Samakuva por falta de uma orientação clara do partido.
É uma acusação grave, se bem que simpática apesar de tudo. Simpática porque não diz que a UNITA está à deriva (sem orientação), falando apenas de “falta de orientação clara”.
Cá para mim, tirando a estrutura de cúpula da UNITA (e mesmo aí as coisas não vão bem), o resto é paisagem e a navegação faz-se à vista. Talvez por isso o presidente Isaías Samakuva já tenho dito que dentro de dois anos irá abandonar o cargo.
Feliciano Sakuendela, ex-secretário para a Informação, referiu que depois do partido ter perdido as eleições de 5 de Setembro de 2008, "todas as estruturas entraram numa desorganização e os dirigentes não vêem qual será o fim da UNITA".
Já o ex-secretário para área Administrativa e Finanças, Jorge Visseque, disse que a derrota veio aprofundar a crise no seio do partido, adiantando que na UNITA ninguém se entende.
“O futuro está escuro na UNITA, por isso decidimos abandonar e sem pressão de ninguém, o partido que desde a nossa juventude servimos. É assim na democracia. Existem opções e optamos pelo MPLA”, referiu.
Outros quadros se seguirão, havendo ainda muitos outros que continuarão a abandonar a UNITA não para ingressar no MPLA mas, é claro, para darem outros rumos às suas vidas. É só estar atento. Em breve se confirmarão mais saídas.
«Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!»
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