Debate europeu sobre o que está em extinção

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) apelou ao lançamento de um novo debate a nível europeu sobre o futuro dos média, envolvendo todos os interessados da sociedade civil, dos média, das autoridades europeias e da política.

A organização enviou cartas a todos os líderes partidários do Parlamento Europeu e instou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a promover um debate sobre este desafio histórico de questionar o papel futuro dos média na construção da democracia, do pluralismo e do envolvimento público na vida política europeia, antes das eleições europeias de Junho.

Debater o quê? Debater as razões pelas quais pelo menos 181 jornalistas das redacções do Porto de vários órgãos de comunicação social perderam o emprego nos últimos cinco anos?

Eu que, comparado com os mercenários que ostentam Carteira Prossisional de Jornalistas (sabe-se lá como) e que comandam o comércio jornalístico em Portugal, nada sei da matéria – mesmo considerando que ando nisto há trinta e muitos anos e que fiz parte, com honra e orgulho, da equipa que ajudou a tornar o Jornal de Notícias no maior dos maiores, continuo a não vender a minha assinatura e recuso-me a fazer qualquer cirurgia para tornar a minha coluna vertebral amovível.

Então a FEJ quer debater o quê se, à partida, sabe que em alguns países europeus como Portugal, o Jornalismo com coluna vertebral e com cabeça pensante está em vias de extinção?

Na verdade, digo eu, quando falta honorabilidade já não no Jornalismo mas até mesmo no comércio jornalístico, não há debate que ressuscite o morto. Resta apenas uma sociedade de aparências, de favores, de corrupção, de compadrios, de manipulações e outras habilidades típicas do um país que nunca mais chega a ser um Estado de Direito.

É claro que os chefes de posto, capatazes e mercenários (são tudo sinónimos) virão aplaudir a ideia da FEJ, continuando a ocultar que só querem ao seu lado imbecis e criminosos.