A Guiné-Bissau, perante a passividade habitual da comunidade internacional, está a caminho do fim. A casa do jornalista António Aly Silva foi “visitada” por homens fardados. O antigo primeiro-ministro e actual presidente do Tribunal de Contas, Francisco Fadul, foi espancado por homens armados.
A CPLP e Portugal ainda estão a pensar se devem pensar no assunto.
"Fui espancado por 15 homens vestidos com uniformes militares e armados com AK-47", afirmou Francisco Fadul, em declarações aos jornalistas. "Roubaram-me dinheiro e bens", acrescentou.
Como estes incidentes não constituem novidade nem põem em perigo a estabilidade do país, a CPLP e Portugal ainda estão a pensar se devem pensar no assunto.
O ataque a Francisco Fadul aconteceu depois do ex-governante ter acusado o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de estar a revelar atitudes de submissão perante os militares.
Francisco Fadul alertou ainda para o "risco de as Forças Armadas assumirem o poder" caso não houvesse um consenso entre a classe política em relação à realização de presidenciais.
Portugal e a CPLP ainda estão a pensar se devem pensar no que se passa porque esperam que sejam assassinados mais alguns dirigentes guineenses para, então sim, pensarem se pensam.
Para já, segundo a estratégia da CPLP e de Portugal, o facto de há pouco tempo a Guiné-Bissau ter sido palco do assassínio do presidente João Bernardo “Nino” Vieira, horas depois de o Chefe do Estado-Maior general das Forças Armadas (CEMGFA) guineense, general Tagmé Na Waié, ter sido vítima de um atentado, ainda não são razões para alarme.
Razões para alarme existem, isso sim, no Afeganistão. Segundo o Governo de Lisboa, Portugal vai reforçar, ao longo de 2009, a sua presença no Afeganistão, uma situação que acompanha “com cuidado e com atenção” e que será analisada “com o evoluir da situação”.
Estamos entendidos.
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