Um mestre do jornalismo, homem com alguma dureza, mas de grande generosidade, é como o jornalista Agostinho de Azevedo recorda Vítor Direito (foto), falecido aos 78 anos, com quem co-fundou o jornal Correio da Manhã.
Mestre, dureza e generosidade. Haverá hoje, na imprensa portuguesa, algum Director com estas três (Vítor Direito tinha muitas mais) características?
"Era uma pessoa com alguma dureza, rigor e aspereza. Mas também era um homem de grande generosidade. Profissionalmente, era um grande talento: sabia fazer e motivar equipas", conta Agostinho de Azevedo.
“Sabia fazer e motivar equipas”. Haverá hoje, na imprensa portuguesa, algum Director com estas (Vítor Direito tinha muitas mais) características?
Colegas no Jornal A Luta durante dois anos, Agostinho de Azevedo e Vítor Direito fundaram juntos o Correio da Manhã em 1979, onde trabalharam em conjunto durante mais 22 anos.
O jornalista conta ainda que "o projecto (do Correio da Manhã) estava na cabeça" de Vítor Direito e que ele foi o "elemento decisivo" para a fundação do diário.
"O Vítor propôs uma remodelação do jornal A Luta, mas não aceitaram o projecto e ele, que na altura era director-adjunto do jornal, juntou algumas pessoas e formou uma equipa fora".
O jornalista recordou como Vítor Direito "sofria no início até o jornal conseguir impor-se aos leitores", um projecto que originalmente pretendia ser "um jornal popular, sem combate político, com pouca opinião e muito noticioso".
"Recordo uma noite eleitoral (e de fecho do jornal) em que tivemos de o levar a casa. Ele nem conseguia conduzir, porque estava preocupado com o fecho que já estava a atrasar", conta.
Para Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) e que participou na fundação do Correio da Manhã, Vítor Direito "era um jornalista como houve poucos em Portugal, pela sua verticalidade e independência".
“Verticalidade e independência”. Haverá hoje, na imprensa portuguesa, algum Director com estas (Vítor Direito tinha muitas mais) características?
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