sexta-feira, maio 01, 2009

Nem o Alto Hama escapa à lepra

Trinta e nove novos casos de lepra foram diagnosticados no primeiro trimestre do ano corrente, pelo departamento da saúde pública e controlo de endemias, na província do Huambo, menos quatro casos em relação aos primeiros três meses de 2008.

Apesar de se ter registado uma redução de quatro casos, a supervisora do programa provincial de luta contra a tuberculose e lepra, Heldane Caita Cabumda, mostrou-se preocupada com a situação, visto que as novas pessoas afectadas foram contaminadas por pacientes em tratamento ambulatório, que vivem próximo de cidadãos sem a doença.

Estes novos casos, que juntaram-se a outros 111 antigos ainda em tratamento, foram diagnosticados nos municípios do Huambo, Mungo, Bailundo e na comuna de Alto-Hama, regiões consideradas endémicas em lepra.

No período em referência, 40 pacientes ficaram curados da lepra, depois de mais de um ano de tratamento, com base da multidrogaterapia, que pode curar a doença num período de 12 meses ou menos, dependentemente da tipificação da enfermidade.

Na província do Huambo existem leprosarias nas localidades do Dondi, Kavango (Kachiungo), Belém do Huambo e no Mungo, habitadas por pessoas portadoras da lepra.

A lepra é transmitida pelo ar, o bacilo mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o acto de falar, espirrar ou tossir.

A contaminação desta doença se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contacto.

De acordo com pesquisas, a incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comummente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).

A lepra indeterminada é a forma inicial da doença e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura.

A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente.

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