O jornalista angolano José Gama, embaixador do Club-K, e articulista do Semanário Angolense foi detido em Luanda (cidade capital de um reino liderado pelo MPLA) a pretexto (parece anedota mas não é) de ter mandado lavar a sua viatura na via pública e ter desobedecido à autoridade.
José Gama diz que estacionou a viatura dirigindo-se a uma instituição bancária, tendo alguém tomado a iniciativa de lavar a sua viatura sem o seu consentimento.
Péssimo argumento. Laver carros sem autorização é coisa, como todos sabemos, rara de acontecer em Luanda, uma capital onde os exemplos de civismo são habituais.
É então que, no cumprimento das mais elementares regras de um Estado de Direito (estado de quê?), o fiscal de serviço não aceitou a explicação e entendeu a contestação do José Gama como desrespeito à autoridade.
Vai daí, José Gama para a choldra.
Como todos, menos o fiscal e os outros ficais do regime, sabem, é normal que os lavadores de automóveis antecipem a lavagem de modo a que, consumado o acto, os automobilistas não tenham forma de negar o pagamento.
Como todos, menos o fiscal e os outros ficais do regime, sabem, é normal que os lavadores de automóveis antecipem a lavagem de modo a que, consumado o acto, os automobilistas não tenham forma de negar o pagamento.
Mas como qualquer farda dá poderes que estão acima da lei, não há forma de explicar seja o que for sem que, do lado dos fardados, isso seja interpretado como resistência à autoridade.
Vai daí, José Gama para a choldra.
Como dizem alguns angolanos que teimam em dar voz a quem a não tem, tudo leva a querer que se está perante mais uma prisão arbitrária e, como de costume, a Polícia tem sido capaz de construir factos para culpar cidadãos levados à julgamento.
Como dizem alguns angolanos que teimam em dar voz a quem a não tem, tudo leva a querer que se está perante mais uma prisão arbitrária e, como de costume, a Polícia tem sido capaz de construir factos para culpar cidadãos levados à julgamento.
E então quando esses cidadãos não são do PS (desculpem, por momentos pensei que escrevia sobre Portugal), ou melhor, do MPLA (a diferença não é grande) é a cereja no cimo do bolo da... ditadura.
2 comentários:
caconda
Meu amigo, fui um dos primeiros a chegar a cadeia. O Gama estava detido, de facto, mas pouco abalado. Abalados estavam a Suzana do Jornal Angolense, o Nvunda tonet do folha 8 e outros que mais cedo chegaram.
Manuel Vieira
Enviar um comentário