O Produto Interno Bruto (PIB) africano registará este ano uma quebra para menos de metade dos valores registados em 2008, prevê a OCDE, considerando Angola um dos piores casos do continente.
Num relatório hoje divulgado pela Organização de Desenvolvimento e Cooperação Económica (OCDE), as previsões para Angola são das piores já que o PIB deverá perder 23 pontos de crescimento, passando dos +15,8 por cento registados em 2008 para -7,2 por cento, previstos para o ano em curso.
Segundo se lê no documento, após cinco anos de forte crescimento, a economia africana deverá conhecer "uma compressão brutal" em 2009, devido à crise mundial que poderá afectar alguns avanços democráticos no continente
O Produto Interno Bruto (PIB) africano deverá aumentar 2,8 por cento, ou seja, menos de metade do registado em 2008 (5,7 por cento), antes de uma "retoma moderada" em 2010 (4,5 por cento), prevê a OCDE, considerando optimistas tais previsões.
"A integração progressiva do continente africano na economia mundial, desde há 15 anos, aumentou a sua fragilidade (…) face às contracções bruscas dos fluxos financeiros", refere-se no relatório, evocando nomeadamente a redução das transferências de dinheiro dos trabalhadores emigrados devido à crise.
Os países africanos são também fortemente afectados pelo afundamento do comércio mundial e a desvalorização das matérias-primas (petróleo e cobre) o que amputa as suas receitas, ameaçando "a esta macroeconómica recente tão duramente adquirida", segundo o relatório.
Quatro dos 52 países analisados verão assim o PIB diminuir no corrente ano: Seichelles (-0,4 por cento), República Democrática do Congo (-0,6 por cento), o Chade (-0,7 por cento) e sobretudo Angola, país exportador de petróleo, que poderá perder num ano 23 pontos de crescimento (de + 15,8 por cento, em 2008, para -7,2 por cento neste ano).
Primeira economia do continente, a África do Sul também não será poupada: o PIB deverá progredir 1,1 por cento no ano em curso, contra os 3,1 por cento registados em 2008.
"A degradação da conjuntura económica poderá afectar certos avanços em termos de democratização e governação" alerta a OCDE, considerando que "a caminhada para a democracia encontra-se impasse", como provam os recentes desenvolvimentos na Guiné-Conacri, Guiné-Bissau e Madagáscar.
No entanto, segundo a OCDE, subsistem ainda sólidos motivos de optimismo.
De acordo com o relatório, nos últimos anos, a maioria dos países africanos adoptou "políticas prudentes de gestão macroeconómica" que poderá amortecer os efeitos da crise.
Sobretudo, com a explosão das trocas comerciais com a China, o continente africano tornou-se menos dependente dos países ricos, que entraram em recessão.
"A economia chinesa deverá crescer este ano cerca de seis por cento, enquanto o país continuará e necessitar das matérias-primas que se encontram em África", sublinhou José Gijon, chefe do departamento de África e Médio Oriente da OCDE.
Ainda sobre a África, a OCDE conclui que a África Austral será a mais sacrificada com a crise (+0,2 por cento de crescimento esperado para este ano), se comparada com a África Oriental (+5,5 por cento).
A OCDE, que tem sede em Paris, não exclui, por outro lado, que os países ricos, arruinados pelos respectivos défices, revejam em baixa a ajuda ao desenvolvimento, crucial para os Estados mais pobres.
3 comentários:
Aí está! O importante é a realidade das coisas, não a ingenuidade. Se actualmente este mundo não estivesse assoberbado por anormais, dementes, psicopatas, especialmente os Belmiros e demais terroristas bancários portugueses, e o Manitu Sócrates… eis a prova confirmada de que a economia angolana é o maior embuste económico de todos os tempos. Quantos milhões de dólares Angola pagou a energúmenos portugueses e internacionais para dizerem que a economia de Angola ia de vento e pompa? Desgraçados tempos estes com tanta malvadez vampiresca e adulteração genética da inteligência. Pode-se afirmar que terrorista é quem nos governa.
Ainda mais:
«Mas regressará ao crescimento em 2010
Angola deverá encolher mais de 7% neste ano»
mas como é possível uma coisa destas? Regressará em 2010... mas porque não se dá um monte de cacetada a quem afirma esta verborreia? Estes palhaços das palavras deviam estar num jardim zoológico junto com jacarés. Ao menos serviam para alguma coisa.
Como país subdesenvolvido que é e atendendo a que nos últimos 35 anos foi governada por incapazes, oportunistas e sabe-se lá mais o quê, Angola "colocou todos os seus ovos no cesto do petróleo". Como não tem mais nada para exportar e como a riqueza do petróleo apenas foi parar ao bolso de uma minoria, por um lado não tem outra alternativa para suportar a sua balança de pagamentos e por outro a população não tem poder de compra e por isso o mercado vai-se retrair. Se houvessem governantes sérios ter-se-iam procurado alternativas de há uns anos a esta parte (a guerra já lá ía), mas infelizmente a rapaziada do alto da sua soberba não consegue definir uma estratégia minimamente credível para o país. Governam como que faz navegação de cabotagem. Podiam ter aprendido alguma coisa com o poder colonial, quando este se viu apertado depois de 1961, mas nada. No país a "matumbice" é endémica.
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