terça-feira, maio 18, 2010

Começa amanhã em Cabinda a farsa do
"julgamento" de André Zeferino Puati!

André Zeferino Puati, trabalhador da Chevron, escuteiro católico e activista de Direitos Humanos foi detido no dia 8 de Janeiro, de manhã, na colónia angolana de Cabinda.

Razões para a prisão? As que deram e as que darão mais jeito ao regime colonislistas angolano. Luanda avançou com a acusação de que André Zeferino Puati tinha na sua posse o mais subversivo livro da história da humanidade: “O problema de Cabinda exposto e assumido à luz da verdade e da justiça”, de Francisco Luemba.

Recorde-se que o livro em questão, lançado em Portugal (Lisboa e Porto) em 2008 e do qual sou (com honra e orgulho) o autor do prefácio, é uma excelente obra sobre Cabinda que, contudo, não mereceu na altura a atenção nem dos ilustres cérebros que vagueiam nos areópagos da política e do jornalismo, tanto em Portugal como em Angola.

E se apenas ler é um crime para as autoridades coloniais angolanas, ler o livro de Francisco Luemba (também ele detido) ainda é um crime maior. E é por isso que, no meio das habituais monstruosas arbitrariedades do regime angolano, André Zeferino Puati vai amanhã começar a ser “julgado”.

Julgado é um eufemismo. A sentença está há muito determinada. Agora é a fase da encenação para justificar a decisão, o veredicto, da potência colonial sobre alguém que cometeu o crime de pensar de forma diferente.

Inicialmente a defesa de André Zeferino Puati estava a cargo do advogado David Mendes. No entanto, o regime angolano achou por bem que teria de ser outro o defensor ou, melhor ainda, não deveria ter advogado de defesa.

O advogado Martinho Nombo também tentou ser defensor de André Zeferino Puati, mas mais uma vez as autoridades do regime colonial entenderam que não poderia ser.


Ao que parece, ama
nhã André Zeferino Puati será defendido por Luís Nascimento se, entretanto, Luanda não apresentar mais alguns dos seus habituais estratagemas.

Recorde-se que André Zeferino Puati foi preso durante uma busca a sua casa, no dia 8 de Janeiro, de manhã, dia em que mais tarde ocorreu um ataque às forças angolanas que faziam segurança à equipa do Togo e que vitimou duas pessoas.

Como se não bastasse o que tem passado, a Chevron suspendeu os vencimentos e o contrato de trabalho com André Zeferino Puati, cumprindo assim as ordens do regime colonial de Angola.

Foto: Apresentação no Porto do livro de Francisco Luemba

1 comentário:

Anónimo disse...

LIBERDADE PARA CABINDA

CABINDA INDEPENDENTE

CARLOS BRANDÃO