Não há alternativa ao capatazque lidera o CDS/PP no Porto

A revitalização do CDS-PP no distrito pode passar por uma candidatura autónoma à Câmara do Porto (Portugal) nas autárquicas de 2009, defendeu ontem Vítor Faria, candidato à presidência da distrital portuense dos populares nas eleições marcadas para depois de amanhã.

A ideia não é má mas, mais uma vez, não tem pernas para andar, desde logo porque a máquina centrista (ou será popular?) no distrito do Porto está totalmente nas mãos do seu presidente que, com o apoio da direcção nacional, funciona como um eucalipto: seca tudo à volta.

"Caso seja eleito, vamos consultar as bases, mas penso que devíamos apresentar uma candidatura autónoma nas autárquicas", afirmou Vítor Faria, à Lusa.

O candidato, que vai disputar a presidência da distrital portuense do CDS-PP com Álvaro Castelo-Branco, que lidera a estrutura há quase uma década, considerou que os populares não têm sabido rentabilizar o facto de terem uma vice-presidência na Câmara do Porto.

Uma coisa Vítor Faria tem de reconhecer. Álvaro Castelo-Branco rentabiliza muito bem os seus interesses particulares e, de quando em vez, os dos seus mais íntimos amigos.

"Se perguntarmos aos portuenses quem é o vice-presidente da Câmara, poucos saberão dizer que é Álvaro Castelo-Branco", frisou, salientando que, "como os vereadores do CDS-PP não aparecem, os louros vão sempre para o PSD".

É verdade. Ninguém sabe quem é o vice-presidente. Mas Álvaro Castelo-Branco está onde está não para ser popular, não para ser conhecido, mas para defender os seus interesses. Defender, neste caso, a cidade do Porto é algo de somenos importância para ele.

"O partido tem que marcar a sua posição para poder crescer", defendeu, alertando que as eleições de 2009 podem ser "o último fôlego" para o CDS-PP no distrito.

Não creio que seja o último fôlego, até porque ao PSD interessa ter na mãos uns rapazolas de outro partido que façam o que ele manda. Além disso não sei se o Álvaro Castelo-Branco já terá atingido em 2009 o patamar desejado.

Vítor Faria salientou que a sua candidatura "surge pela necessidade de mudança", considerando que "o partido está morto no distrito do Porto". De facto o CDS precisa, também no Porto, de uma grande mudança. Mas isso não vai mesmo ser possível. O Álvaro Castelo-Branco tem os chefes de posto todos a comerem na sua mão e estes, por sua vez, têm os sipaios domesticados.

"Não há reuniões de militantes, não há discussão interna e não vejo o líder distrital pronunciar-se sobre nenhum assunto de relevo", afirmou. Pois não vê. E também sobre que temas iria ele pronunciar-se? Alguém alguma vez o viu pronunciar-se sobre o que quer que seja?

Sim, eu sei. Durante algum tempo enganou muita gente (onde me incluo) e até conseguiu dizer e fazer algumas coisitas graças aos ingénuos que o ajudaram mas que, logo que abriram os olhos, foram relegados para fora de jogo.

E como ingénuos é coisa que não falta, o Álvaro Castelo-Branco não terá dificuldades em angariar uns tantos para uma nova e lucrativa caminhada.